O Vice-Presidente do Parlamento da CEDEAO, Orlando Dias, defendeu, esta segunda-feira, 11, que a integração de Cabo Verde na CEDEAO, jamais prejudicará as relações de Cabo Verde com a União Europeia, UE, “pelo contrário, a UE precisa de Cabo Verde bem integrada nesta comunidade”
Cabo Verde tem um mercado pequeno com cerca de 500 mil habitantes, atualmente, por isso precisa estar bem integrado numa comunidade maior, no caso a CEDEAO, com mais de 300 milhões de habitantes, de forma a atrair investimentos da Europa para a referida comunidade e criar riquezas para Cabo Verde.
“Nós podemos produzir aqui, os europeus podem construir aqui indústrias, e exportarmos com benefícios para a CEDEAO e criarmos riquezas para Cabo Verde”.
Estas declarações foram feitas à imprensa no âmbito da sua participação na primeira sessão ordinária do Parlamento da Comunidade, deste ano, em Abuja, na Nigéria, onde foi debatida a questão da implementação da moeda única na região Oeste Africana, no horizonte 2020.
Após uma análise à volta do tema, ficou traçado um conjunto de medidas de convergência económica, que os países terão que cumprir para a adesão à moeda única, nomeadamente, a questão da transparência, eliminação da corrupção, boa governação, proteção jurídica dos investimentos, harmonização das legislações dos respetivos países entre várias outras medidas.
“São vários os critérios da convergência económica que a CEDEAO estipula, nomeadamente, o rácio do défice orçamental que não deve ultrapassar 4 %, a taxa de inflação não pode ultrapassar os 5 % e a dívida pública não deve ultrapassar os 70 %”, avança.
Acrescenta ainda Orlando Dias que as reservas brutas em meses de importações não devem ser inferiores a seis meses, o financiamento do défice orçamental pelo banco central em termos de receitas tributárias do ano anterior não deve ser superior a 10 %.
Cabo Verde terá que criar as referidas condições para poder aderir à moeda única da CEDEAO, disse.
“Cabo Verde tem que ter em conta os seus interesses nacionais, só avançará se estiver seguro de que todas as condições estão criadas e serão em benefício do processo de desenvolvimento de Cabo Verde”.
De realçar que atualmente 8 países membros da Comunidade, tem a mesma moeda, e 7 ainda precisam criar condições para aderir à moeda única, nomeadamente Cabo Verde, Guiné Conacri, Gâmbia, Gana, Serra Leoa e Nigéria.
