Avaliação é feita num artigo de opinião dado à estampa num online da praça. O Jurista “simpatizante” confesso do PAICV, apontou as baterias para o interior do seu Partido, confessando sofrer com “erros e baboseiras” protagonizados pelos dirigentes partidários, comandados por JHA
Amadeu Oliveira foca o seu artigo no tema da atualidade, Covid-19, lamentando que a pandemia “arrasou” a “pobre e débil” economia nacional, obrigando mesmo o Estado a “abrir mão” da cobrança de impostos, “ao mesmo tempo que vai ter de desembolsar milhões para tentar remediar a perda de rendimento das famílias e das empresas”.
Noutro tema, o articulista condenou a posição da Presidente do PAICV, por ocasião do Dia do Professor, 23 de abril, em que Janira Hopffer Almada defendeu que os docentes devem ser melhores remunerados. Amadeu não gostou desta investida de JHA contra o próprio Estado, ao ponto de escrever que em tempos de pandemia “não é o tempo certo” para se incitar classes profissionais para questões salariais ou de regalias funcionais, chegando mesmo a falar em falta de discernimento no PAICV para “adequar” conteúdo do seu discurso. É aqui que o articulista fala em oportunismo e traição do PAICV. “Qualquer Partido da Oposição que não tiver o discernimento para adequar o conteúdo do seu discurso às circunstâncias adversas do momento, corre o risco de ser rotulado de oportunista e de traição em relação aos superiores interesses nacionais. Insofismavelmente, neste momento o ‘Superior Interesse Nacional’ não será reivindicação salariais, mais sim a alocação de recursos no sistema nacional de saúde e apoio às famílias mais carenciadas”, escreveu Oliveira, para quem qualquer outro discurso do PAICV será “manobras de diversão ou vontade de querer dar nas vistas, fingindo defender os interesses dos professores. Resulta manifesto o fingimento, o engodo e a falta de autenticidade”, criticou.
No entendimento de Amadeu Oliveira, a direção do PAICV comandada por JHA “sempre que (…) quer desviar a atenção de um tema essencial e verdadeiramente importante desatam a falar dos maus salários das classes profissionais em questão, como se tudo se resumisse aos baixos salários dos trabalhadores”.
No seu artigo, Oliveira fala em “oportunismo político” de uma direção a seu ver “irrelevante”, que o “grosso dos cidadãos regista de modo negativo” o tal “oportunismo político, até ao ponto que a atual Direção do PAICV deixa de merecer credibilidade e passa a ser, social e politicamente, irrelevante”.
“Mesmo estando na Oposição, o PAICV teria o dever de dar contribuições válidas para o Bem da Nação”, reconhece Amadeu Oliveira.
Sem ideias
O autor do texto, não poupa nas críticas ao PAICV, acusando a direção liderada por JHA de dar mostras de um “tremendo vazio de ideias e de propostas nacionais”, pelo que, para “compensar e esconder o óbvio, tem desatado em posicionamentos e pronunciamentos políticos incoerentes, inadequados ou intempestivos.
Amadeu Oliveira chega mesmo a considerar que a questão dos salários dos professores é um tema “inoportuno” no momento, e que ao invés disto, o PAICV deveria estar a “discutir, com rigor e profundidade”, as possíveis soluções para compensar as aulas presenciais que os alunos estão impedidos de assistir devido ao estado de emergência por causa do Covid-19.
Não que eu goste de todos os posicionamentos deste ilustre jurista, mas confesso que, o AO ainda é dos poucos, no Paicv, que ousa usar a cabeça e sobriedade para fins racionais. A JHA não tem cabeça e, disso, todos sabiam, inclusivamente aqueles que a elegeram para ‘presidenta’ do Paicv. Como sublinhei em várias ocasiões, tudo quanto sai da boca desta rapariga é alimentado e retroalimentado no ‘Gabinete de Ódio’, entidade de fins obscuras que foi criado, à imagem do GO do Bolsonaro para tramar adversários durante e depois das eleições de 2018. O GO tem como finalidade divulgar patetices e baboseiras sobre algo que parta do Governo ou do Partido no Poder. Fazem parte do ‘GO’ o antigo PM que lidera uma facção, a ‘presidenta’, antigos ministros, dirigentes, além de um bando de ‘militontos’, aquém pelas coisas que escrevem, nem sequer é possível exigir a imputabilidade de suas ações. Fazem tudo isto com maior despudor. Exemplo: pedem dinheiro às pessoas para fazer financiar um jornal, jornal esse que dedica 80% dos escritos para deturpar as ações do Governo e 20% para fazer campanha de uma das fações no interior do próprio Paicv. Deste modo, é inglória a ação (…), vá lá pedagógica do AO. O Paicv está tomado pelo ódio e pela irracionalidade e, disso nem a mais do que provável derrota nos próximos embates eleitorais o fará mudar de trajetória. Perde Cabo Verde, perde qualidade a nossa democracia, perde a civilidade participação cidadã na vida política. Uma das consequências mais visíveis da perda de qualidade da nossa democracia é o Governo deixar de contar com a Oposição enquanto parceira de desenvolvimento. Esta só fala asneiras, baboseiras e dá a impressão que o Paicv se sente melhor com sindicato de que como partido político.
A foto colocada no meu comentário, não é minha. Por favor, retirar!
Revejo totalmente nas palavras desse ilustre jurista. Um homem com H grande.
Parabéns.
Infelizmente sou forçado a concordar com o articulista. Digo infelizmente porque sou militante do PAICV que, face ao prolongamento deste ciclo de descaracterização, achincalhamento e marginalização de uma parte dos ativos do Partido, pondero formular a minha desvinculação . Este PAICV talvez nem merecia o subsídio do Estado, pois, deixou de ser útil a democracia, não fazendo o seu trabalho de casa, vedando completamente a varios militantes idôneos, credíveis e experientes a possibilidade de participação na vida interna do Partido para ajudar a trabalhar propostas políticas patrióticas, de acordo com a sua matriz histórica e adapatada aos desafios dos novos tempos. Apenas se nota a formação de um cordão de oportunistas a volta desta turva liderança que sobrevive pela via da falsificação e manipulação de processos internos . Esse cordão de suporte parece ser oriundo das escolas milicianas de Bolsonaro, pois, o nível de intolerância que manifesta no debate interno com Camaradas que não se reveem no desorientamento desta Direcção sem credibilidade e desonesta só tem paralelo naquilo que se assiste hoje no Brasil . Até se fica com a sensação de que esse grupo, ou é pago, ou faz esse serviço de destruição do Partido para agradar a Janira e, desta forma, conseguir lugar na sombra do poder. Não existe perspectiva de integrar para crescer, ou de se credibilizar para merecer confiança dos cidadãos, cada vez mais esclarecidos . No PAICV hoje, tudo e superficial, tudo e populista, protagonizado por um punhado de recém-chegados em que uma boa parte se acha a contas com justiça, por desvios de recursos públicos, sob batuta da JHA.
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