Papa celebra Domingo de Ramos e deixa mensagem contra triunfalismo

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“O triunfalismo procura tornar a meta mais próxima por meio de atalhos, falsos comprometimentos”, observou o Pontífice Romano

O Papa Francisco descreveu este domingo, 14, o tempo pascal como aquele em que a humildade própria de Cristo vence o triunfalismo, que é obra do demónio.

Falando durante a homilia da celebração do Domingo de Ramos, em Roma, Francisco refletiu sobre a forma como Jesus foi aclamado na chegada a Jerusalém.

“Na sua entrada em Jerusalém, também nos mostra o caminho. Pois, neste acontecimento, o maligno, o príncipe deste mundo, tinha uma carta para jogar: a carta do triunfalismo, e o Senhor respondeu permanecendo fiel ao seu caminho, o caminho da humildade”, disse Francisco.

“O triunfalismo procura tornar a meta mais próxima por meio de atalhos, falsos comprometimentos. Aposta na subida para o carro do vencedor. O triunfalismo vive de gestos e palavras, que não passaram pelo cadinho da cruz; alimenta-se da comparação com os outros, julgando-os sempre piores, defeituosos, falhados… Uma forma subtil de triunfalismo é a mundanidade espiritual, que é o maior perigo, a mais pérfida tentação que ameaça a Igreja. Jesus destruiu o triunfalismo com a sua Paixão.”

O Papa esclarece, contudo, que o caminho da humildade não é uma falsa humildade. Jesus aceita e alegra-se com as aclamações que recebe do povo, “mas, ao mesmo tempo o coração de Cristo encontra-se noutro caminho, no caminho santo que só Ele e o Pai conhecem: aquele que vai da ‘condição divina’ à ‘condição de servo’, o caminho da humilhação na obediência ‘até à morte e morte de cruz’. Ele sabe que, para chegar ao verdadeiro triunfo, deve dar espaço a Deus; e, para dar espaço a Deus, só há um modo: o despojamento, o esvaziamento de si mesmo.”

E essa atitude manifesta-se na sua plenitude durante a Paixão, o sofrimento a que Jesus é sujeito quando é detido, torturado e morto. “Nos momentos de escuridão e grande tribulação, é preciso ficar calado, ter a coragem de calar, contanto que seja um calar manso e não rancoroso.”

“A mansidão do silencio far-nos-á́ aparecer ainda mais frágeis, mais humilhados, e então o demónio ganha coragem e sai a descoberto. Será́ necessário resistir-lhe em silêncio, ‘conservando a posição’, mas com a mesma atitude de Jesus. Ele sabe que a guerra é entre Deus e o príncipe deste mundo, e não se trata de empunhar a espada, mas de permanecer calmo, firme na fé́. É a hora de Deus.”

Com RR