Papa Francisco apela ao fim da violência em Myanmar

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Repressão policial e militar já fez mais de 180 mortos civis desde o início de fevereiro

O Papa Francisco apelou hoje ao fim da violência em Myanmar, afirmando que também se ajoelha simbolicamente para alcançar tal propósito, numa referência à freira que se ajoelhou em oração em frente às forças de segurança Birmanesas.

“Mais uma vez e com tanta tristeza, sinto a urgência de falar da situação dramática em Myanmar, onde tantas pessoas, especialmente jovens, estão a perder as suas vidas para oferecer esperança ao seu País”, declarou o pontífice, no final da tradicional audiência geral de quarta-feira.

“Também eu me ajoelho nas ruas de Myanmar e digo que a violência tem de acabar. Também eu estendo os braços e digo que o diálogo deve prevalecer. O sangue não resolve nada. Que prevaleça o diálogo”, prosseguiu Francisco, que já abordou várias vezes a situação vivida em Myanmar desde o início dos protestos contra o golpe militar ocorrido em 1 de fevereiro, que envolveu a detenção da chefe do Governo civil Birmanês, Aung San Suu Kyi, entre outras várias figuras políticas.

No início de março, as imagens de uma freira católica, identificada como Ana Rosa Nu Tawng, de braços estendidos e ajoelhada no meio de uma estrada em frente às forças de segurança Birmanesas a implorar para que estas não disparassem contra um grupo de manifestantes percorreram o mundo.

As imagens foram registadas na cidade de Mytkyna, no norte do país, a 28 de fevereiro.

“Não disparem sobre as crianças”, implorou a freira católica naquela estrada em Myitkyina, localidade que tem sido cenário de manifestações quase diárias desde o golpe militar.

A repressão policial e militar já fez mais de 180 mortos civis desde o início de fevereiro, naquele País.