Para quê voltar a sonhar?

0

Nos últimos tempos, o Edil da nossa amada capital tem nos presenteado com muitas “novidades”. Projetos que são de cariz social, nova forma de gerir o lixo na cidade capital, incentivo para tudo que se possa imaginar.

A equipa atual da CMP tinha dito que “vamos revolucionar o saneamento na capital do país. Até hoje, nada mudou, pelo contrário, anda a piorar a cada dia.

Da mesma forma, dizem que estão a apoiar os jovens da cidade da Praia. O que também não passa de mero sensacionalismo e venda de banha de cobra.

Porém, o mais escandaloso foi o último projeto: Volta a sunha.

O nome até é bom, tenho de admitir essa tamanha criatividade, mas não passa disso.

O projeto “Volta Sunha” almeja apoiar todos que querem ser apoiados. Com um valor total do projeto de 10 mil contos, mas podemos dizer escudos, também, mas não sei se ficará com o mesmo valor. Mas se pegarmos nos números e na realidade, veremos que é um projeto destinado a fracassar, assim como o “vamos revolucionar o saneamento na cidade da Praia”.

Primeiro falhanço, é impossível, numericamente, e em contos e escudos, conseguir ajudar mais de 50 pessoas a alavancar o seu negócio, e ainda, ajudar mais 100 pessoas com evacuações e de entre outros apoios que as câmaras fazem. Lembrem-se, estamos numa cidade com 145 mil almas e num país a recuperar de várias crises e o projeto só tem 10 mil contos.

De seguida, todos sabem que a economia informal é o calcanhar de Aquiles dos países em desenvolvimento. É sobejamente sabido que na informalidade nem as autarquias têm receitas. Todos usam e ninguém paga. E mais, todos sabemos que nenhum estado tem dinheiro, a não ser aquilo que os próprios cidadãos contribuem.

Há muito em que o nosso governo vem tentando diminuir o número de pessoas que têm negócios informais. O governo tenta construir uma economia robusta onde todos contribuem para que todos possam beneficiar. É a velha máxima, se pagarmos todos, cada um paga menos e todos ganham mais.

E com todo esse esforço titânico, vem a edilidade da maior câmara do país e que maior contribui em receita para o país lançar um projeto que vai incentivar e economia informal em todos os seus aspetos.

Que bandalheira é essa?

Cabo Verde, a cidade da Praia e todos os municípios precisam organizar cada vez melhor a sua economia local e fontes de receitas. Precisamos de programas que beneficiam os cidadãos, mas também que possam permitir ao estado e as autarquias ter receitas para estruturar o município e apoiar os mais necessitados.

Todavia, não se pode esperar mais de uma equipa que não consegue aproveitar daquilo que já foi iniciado. Não podemos esperar muito de uma equipa que há alguns anos diziam “no ka ta kumi praça”, e agora queixa do governo relativamente às obras do PRRA.

A Praia vai voltar aos seus dias de glórias e desenvolvimento. A Praia irá brilhar.