Pároco da Ribeira Brava reconhece “consciencialização e valorização” do Santuário de Monte Cintinha

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No último ano, observou, foi notável a adesão e a afluência de pessoas, grupos, movimentos que procuraram o Santuário para estar, refletir e rezar

Em entrevista ao OPAÍS.cv, por ocasião do primeiro aniversário do Santuário dedicado a Nossa Senhora do Sameiro do Monte Cintinha, em São Nicolau, a acontecer no domingo, 24, o Padre Eliseu Lopes, confirmou que no decurso do último ano, “milhares de pessoas”, entre nacionais, estrangeiros e diversos grupos e movimentos Católicos visitaram o Santuário em Cachaço.

O também Reitor do Santuário adianta que a celebração do próximo domingo, embora sem peregrinação e sem aglomeração de fiéis devido ao Covid-19, vai acontecer de “forma simples, mas sem perder a sua essência e o seu sentido profundo e espiritual”.

O Santuário, no cimo do Monte Cintinha, tornou-se numa referência na Ilha, despertando o interesse de muitas pessoas que desejam batizar ou casar ali.

O Pároco da Ribeira Brava deixa uma mensagem de “esperança, comunhão espiritual e de oração” e pede confiança dos fiéis na “providência” de Deus e no Seu amor que segundo observou “vence todo o mal”

Padre Eliseu Lopes, Reitor do Santuário e Pároco de NS do Rosário/Lapa

OPAÍS.cv – À semelhança do 13 de maio em Morro Brás, a solenidade de Monte Cintinha vai ser celebrada sem aglomeração de pessoas e sem a tradicional peregrinação. Como será a festa em tempos de reservas devido à pandemia

Padre Eliseu Lopes – Sim, naturalmente.

A festa decorrerá de forma simples, mas sem perder a sua essência e o seu sentido profundo e espiritual. A liturgia vai decorrer normalmente, embora este ano não tenhamos a peregrinação dos fieis e da família ao Santuário!

O Santuário está a celebrar o primeiro aniversário de sua elevação. O que mudou nos últimos 12 meses ali no Santuário, em Cachaço?

Sim, foi há sensivelmente um ano, que havíamos celebrado o Centenário, e nessa altura, pelo Decreto do Bispo, Dom Ildo Fortes, foi elevado à categoria do Santuário Diocesano de Nossa Senhora do Sameiro do Monte Cintinha. Penso que o que mudou, de há um ano para cá, foi, sobretudo, a consciencialização e a valorização do próprio espaço em si e do que o Santuário significa para todos nós e para a Igreja e Sociedade em geral.

Podemos dizer que o Santuário tem uma nova dinâmica com esse estatuto?

Sim. Ao longo deste ano, foi notável a adesão e a afluência de pessoas, grupos, movimentos que procuraram o Santuário para estar, refletir e rezar. Devo dizer que este ano pastoral, a nossa dinâmica aconteceu à volta do Santuário e procuramos incutir nas pessoas o valor do mesmo e criar mais devoção e amor à Nossa Senhora e um maior compromisso.

Há peregrinações organizadas que acontecem ao longo do ano ou apenas nestes tempos mais próximos de festa?

Ao longo do ano foram dezenas de peregrinações. Todos os grupos das três Paróquias da ilha já visitaram e já fizeram peregrinação ao Santuário ao longo deste ano. Inclusive vieram grupos de Legionários de todas as Ilhas no mês de setembro, e também um grupo de jovens universitários do Tarrafal de Santiago.

Nós iniciamos e tínhamos uma dinâmica de todos os primeiros domingos de cada mês haver peregrinações ao Santuário, isto sem contar os grupos de Catequese, de crianças e jovens, mas muitas pessoas também vão, livremente para lá estar ao cimo do monte para rezar e meditar.

Dom Jorge Ortiga, Arcebispo de Braga, quem presidiu a festa há um ano

Que mensagem às pessoas que eventualmente desejam ir à Missa solene no domingo?

Mensagem é de esperança, comunhão espiritual e de oração. Perceber que aonde quer que estejamos e independentemente das circunstâncias que estejamos a viver, devemos confiar na providência de Deus e no seu amor que vence todo o mal.

Devemos nos unir em oração, e este tempo tem-nos ensinado que podemos fazer, mais do que nunca, comunhão espiritual, sem a presença física. Acreditar na força e no valor da oração, que nos liga a Deus, aos Santos, aos irmãos e ao mundo que nos rodeia e em que vivemos. Assim como para Nossa Senhora de Fátima, em que as pessoas acataram as ordens, espero que cumpram desta vez também e que possamos celebrar, embora sem ajuntamento, num clima de fé e de muita devoção e amor à Maria e ao seu Filho Jesus Cristo.

Já agora, qual o programa do Santuário nestes dias que antecede a festa?

Temos tido novenas de oração, terço, celebrações Eucarísticas, campanhas de limpezas.

Há um número exato de peregrinos que visitaram o Santuário no primeiro ano e uma estatística de sacramentos ali celebrados?

Depois que foi elevado à categoria de Santuário, todos querem batizar e casar ali (risos), mas nem sempre é possível.

Neste momento não sei precisar o número exato de peregrinos, mas temos todos os registos. São milhares de pessoas aos longo deste ano, contando os turistas, os emigrantes e residentes que frequentam e visitam o Santuário, sobretudo aos fins-de-semana.