Patologias & bolcheviques na Câmara Municipal da Praia

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Já tínhamos chamado a atenção para o perigo que Francisco Carvalho representa, em virtude das ideias caducas que ele orgulhosamente defende.

Em Novembro de 2019, esse cavalheiro já sustentava, ao rabiscar um triste artigo de opinião, a pertinência das “milícias populares” (lamentando a sua extinção!!!), numa asneira sem limites, em face dos valores superiores que regem o nosso actual Estado de direito democrático.

Isso diz tudo e revela, em profundidade, toda uma “forma mentis”.

Francisco, o pequeno déspota, sufraga ideias comunistas e “pensamentos” que só produziram desgraça pública noutras paragens. Estejam atentos.

Acontece que o chico-espertismo, a nova doutrina oficial dessa gente, assentou arraiais na Câmara Municipal da Praia e pretende, agora, dar lições e fazer escola, revivendo o velho espírito da revolução de Outubro.

É trágico se não fosse deveras cómico!

O edil Francisco Carvalho acha, no seu estranho entendimento, que pode “convidar” pessoas não eleitas para as reuniões da Câmara Municipal.

Confrontado durante a tal reunião, defendeu essa mesma ilegalidade, dizendo tratar-se de “convidados” pessoais. Porque não?

Esses indivíduos estavam ali, segundo o experto de serviço, na qualidade de…“convidados”!

É de bradar aos céus. Arrogância saloia.

E vejam a justificação que o douto autarca avança, num artiguelho publicado ontem, 13 de Dezembro:

“Tenho por princípio não falar de mim. Pois, elogio em boca própria é vitupério. Mas, como estou a ocupar o cargo de Presidente do nosso município, importa esclarecer os praienses e a opinião pública, em geral, sublinhando algo básico: eu não tomo decisões de ânimo leve e, pior ainda, sem que tenham o devido fundamento ético e legal inatacáveis. Sou um cultor do rigor académico e científico, o qual tive o privilégio de aprender com grandes mestres da ciência e da academia, entre os quais, a Professora Margarida Marques, entre vários outros. Por isso, lanço um apelo: que as pessoas não percam o seu tempo – e o tempo dos outros – a tentar criar casos desta natureza, pois, nós estaremos a olhar para a lua e não para a ponta do dedo que aponta para a lua” (sic).

Ai se o homem das milícias populares não fosse um destacado “cultor do rigor académico e científico”!

E diz-se aconselhado, vejam bem, por renomados juristas.

Mao Tsé-Tung também era, no seu tempo, o maior académico da China.

O que o nosso bolchevique ignora é o seguinte: a Câmara Municipal da Praia não é um clube privado e não organiza festas de “balizinha” com convidados escolhidos livremente pelo anfitrião. Longe disso.

Trata-se, antes, de uma instituição pública, que funciona segundo regras constitucionais e de acordo com os cânones estritos do Direito Público.

Ao contrário do Direito Privado, no Direito Público tem de haver sempre uma lei habilitante, para que se possa praticar, legitimamente, um determinado acto. Já que é uma província dominada, de alto a baixo, pela ideia de public interest.

Ponto final…parágrafo.

Expliquem, por favor, esse precioso pormenor ao inexperiente e confuso Francisco!



4 COMENTÁRIOS

  1. Li o artigo do Francisco e fiquei apavorado com a tese perigrina é eticamente espúria, de quem não tenha ainda a noção do seu Estatuto face a Câmara Municipal, enquanto órgão executivo colegial cujos membros são eleitos em sufrágio público municipal para conduzir os destinos do Município, em articulação com os demais órgãos autárquicos, nos termos da lei. Não sendo públicas as reuniões da Câmara, também os seus integrantes não dependem das amizades e cumplicidades do Presidente, pois, nenhuma lei deixa ao arbítrio do Presidente a definição de quem participa nas reuniões. Se a moda pega, todos os Partidos que integram a Câmara passarão a convidar os integrantes das respectivas listas ou respectivas claques para estarem presentes nas reuniões e, já sabemos, tudo se tornará num circo . A primeira reunião devia sinalizar o sentido de missão e de responsabilidades, portanto preparado com serenidade e estabilidade política e emocional, para permitir que as decisões estruturantes da gestão do mandato, se fizesse com o necessário recato e responsabilidade. Seria melhor começo, pois, a campanha já terminou e as reuniões das bases e respectivos apoiantes não podem ser confundidos com reuniões institucionais dos órgãos eleitos !
    Se continuar nesta toada, certamente aconselhado pela Janira e pela fogosa Paula Moeda, o Francisco terá graves problemas ao longo do mandato. Não e’ possível ter resultados sustentados na governação da Praia com populismos e demagogias a Felisberto Vieira !

  2. De facto o nosso presidente da CMP foi infeliz. Criou um caso sem necessidade. Mesmo se os próximos convidados forem cidadãos do bem, não fica bem para um autarca, em nome da transparência (segundo ele) convidar pessoas para uma reunião camarária. Não é questão de transparência Sr. Francisco Carvalho, não será assim que provará ser transparente. Já agora se é assim quando receber pessoas em audência na CMP divulgue o que tratou com todos esses cidadãos. Espero que publiquem o meu comentário.

  3. Uma investigação da PJ portuguesa a suposta rede de favorecimentos de estudantes da CPLP no ingresso cursos de Doutorado em uma universidade tuga está a deixar um candidato a candidato às presidenciais em Cabo Verde sem sono e de cabelos em pé. O candidato entrou num curso de doutoramento sem concluir o mestrado e também que estivesse abrangido pelo chamado Protocolo de Bolonha.

  4. O MpD precisa, muito rapidamente decidir: se deixa o Tchico acabar com todas as conquistas da Praia dos últimos 12 anos, que fizeram a Praia sair do lixo que Filú deixou, e com isso ter as portas abertas para reconquista do maior colégio eleitoral do País; ou se, inversamente, pretende ajudar o Tchico a não desandar, e com isso, naturalmente, fortalecer o próprio incompetente, comunista e oportunista que o próprio MpD conduziu ao Poder nas eleições de 25 de Outubro de 2020. A escolha é dramática para o MpD e o próprio Paicv já afirmou que conta com os préstimos do MpD para que a mediocridade e macaca perdurem na Capital. Se deixar o Tchico e a manada acabar com a Praia, certamente que o MpD tem as portas abertas para regressar ao Poder na Praia, já em 2024. Neste caso, terá muito mais trabalho, na verdade, terá o “retrabalho” em 2024. Por outro lado, se ajudar a Praia a salvar-se das mãos deste incompetente e déspota e sobretudo, dos oportunistas que o cercam, poderá tornar a Praia mais resiliente, mas poderá adiar seu regresso ao poder na Praia. Veja-se o amontoado do lixo na Capital, e pior: o povo que andava no lixo, rapidamente volta a gostar do lixo. A difícil escolha está com o Beta! De deseja conquistar a Praia, deve iniciar o trabalho de denuncias à toda sorte de macacada e vigarice que está a tomar conta dos gabinetes dos serviços da CMP. Antigos ministros do PP e JMN estão a ser vistos nos gabinetes dos serviços, sobretudo, do Urbanismo, Cultura e Obras, todos à caça do seu melhor quinhão que dizem ser “uma herança”. JHA também já despachou conselheiros e assessores para vigiar o Tchico a não fazer mais chatices, mas sobretudo, depois de o Tchico ameaçar tomar a liderança do partido, com a esperada derrota, a quinta de JHA nas eleições de março de 2021. Portanto, o Paicv já montou o seu com(i)té de partido nas colas do Tchico. Vindos da Assembleia Nacional e também da FAC e outras estruturas do Paicv e também de outras proveniências, esses ditos “assessores” querem assegurar que os seus não fiquem pra trás e que a JHA esteja por dentro de todas as decisões que possam impactar o voto em 2021.

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