Piroga que aportou na Pedra de Lume teria 150 pessoas a bordo

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Para além dos 66 que chegaram ao Sal, muitos outros terão ficado pelo caminho, devido a uma avaria no motor

A piroga que no último domingo deu à costa na Ilha do Sal, com um grupo de 66 emigrantes a bordo, pode ter iniciado a viagem com, pelo menos, 150 pessoas a bordo.

Esta é a versão avançada por um interlocutor do grupo à TV pública, na última sexta-feira.
Medoune N’Diaye, um farmacêutico que está a apoiar as autoridades no diálogo com o grupo de viajantes, confirmou que segundo versão dos passageiros, a viagem iniciou-se por volta das 17 horas, do dia 1 de novembro e que o destino era a Europa. Sucede que 5 dias depois do início da viagem, a embarcação teve uma avaria no motor que acabaria por explodir, ficando 15 dias à deriva no alto mar, privados de bens essenciais como comida e água, e a piroga foi arrastada pelo vento até ser avistada próxima da Pedra de Lume.

Segundo N’Diaye, houve passageiros que morreram na sequência do incêndio, outros atiraram-se à água.

A Embaixada do Senegal em Cabo Verde já fez deslocar ao Sal um seu colaborador que vai apoiar as autoridades locais no processo de repatriamento dos cidadãos.

Recorda-se que 6 corpos foram avistados na água mas que o estado do mar ainda não permitiu sua remoção. Para já contam-se 10 cadáveres, mas a crer nos dados avançados pelos viajantes, ainda muitos corpos estarão à deriva.

O PR já reagiu ao caso e presume que esta situação esteja relacionado com a saída de pessoas de seus países, fugindo a situações “difíceis, miseráveis e sub-humanas”.

Jorge Carlos Fonseca insta a Comunidade Internacional a encontrar soluções para estas situações e espera que seja possível dar aos resgatados o “melhor tratamento possível”.