Plano de Salvaguarda da Morna constitui o próximo desafio

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Sandra Mascarenhas Coordenadora do Dossier da Candidatura da morna a Património da Humanidade, falava aos Jornalistas na sequência do anúncio da UNESCO referente à elevação da Morna

Sandra Mascarenhas Coordenadora do Dossier de candidatura disse hoje em conferência de Imprensa que após ser proclamado a Morna como Património Imaterial da Humanidade, o próximo desafio consiste em trabalhar num Plano de Salvaguarda como forma a reconhecer internamente essa elevação por parte dos Cabo-verdianos.

Mascarenhas avançou ainda que o plano de Salvaguarda já se encontra em curso, onde já foi lançado um edital em que serão publicados obras sobre a Morna no próximo ano e que tem-se trabalhado muito com a camada juvenil, anunciando para os próximos tempos o lançamento do concurso “jovens cantam Morna”.

“O Plano já foi anexado no dossier, que indica que os propósitos as medidas são coerentes e factíveis, que levam em conta o papel dos praticantes a nível do poder local, como das Organizações não-governamentais, que inclui a documentação, inventários e a criação de plataformas e redes para o desenvolvimentos e transmissão do elemento”, referiu.

A Coordenadora falou da necessidade de redefinir o plano, no sentido de trabalhar a Morna em outras perspetiva, para além do mercado, mas também na perspetiva turística e na perspetiva do ensino.

O Plano de Salvaguarda consta em seis eixos que vai desde do ensino de pedagogia, até a musealização e a elevação da morna a outros espaços do País, disse Sandra Mascarenhas, referindo que a ideia da Salvaguarda é trabalhar para que em Cabo Verde as pessoas reconheçam a Morna como Património.

Dos cinco Critérios da Candidatura, a mesma interlocutora, adiantou que o Dossier tinha que estar “obrigatoriamente bem inventariado”, com o processo realizado desde 2017 em todas as ilhas e os Municípios, envolvendo o máximo número de praticantes.

“O Critério 1, demostra que a morna é um Património Cultural de Cabo Verde, Critério 2, tinha a ver com a consciencialização do papel da Morna, de que forma iria trazer um ganho para a civilização, o critério 3, que tem a ver com a salvaguarda, e o critério 4, diz respeito à questão do Inventário”, afirmou.

Mascarenhas assegurou que com esta nomeação, ganha-se o reconhecimento da nossa identidade além-fronteiras, bem como para aqueles que fazem a Morna no dia-a-dia.

Hamilton Fernandes, Presidente da Instituto do Património Cultural, IPC, falava num processo árduo “cientificamente muito exigente”, mas satisfatório, referindo que durante todo o processo houve um total engajamento da Intuição e do Ministério da Tutela.

Refira-se que após quatro avaliações da UNESCO sobre o Dossier de Candidatura, a Morna conseguiu passar em todos os cinco critérios, para ser aprovada como Património Cultural Imaterial da Humanidade, sua proclamação será feita em dezembro.



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