O próprio Presidente do Sindicato dos polícias, que é Oficial da PN, sabia que a conduta dos grevistas foi “contrária” à Lei e aos regulamentos internos da Polícia Nacional
A Direção da Polícia Nacional emitiu esta quinta-feira, 19, uma nota de esclarecimento onde explica a razão das punições aos polícias que aderiram à greve em dezembro do ano passado, e sublinha que vários procedimentos não foram cumpridos, chegando mesmo a registar situações de ofensa quer a colegas que não aderiram à iniciativa quer a outros profissionais, nomeadamente, Jornalistas.
A própria autoridade do Estado foi posta em causa, quando polícias grevistas, por exemplo, posicionaram-se a escassos “2 metros” do militar/sentinela que fazia guarnição no Palácio da Presidência. A PN diz mesmo que os grevistas “invadiram” a rua que dá acesso ao principal Órgão de Soberania.
Na Presidência, no Ministério da Administração Interna e mesmo no Paços do Concelho da Praia, os manifestantes não respeitaram a distância de 100 metros prevista na Lei de Reunião e Manifestações, esclarece a PN.
Desobediência
Segundo a nota, os grevistas, comandados pelo SINAPOL, “instigaram” o desrespeito à requisição civil e à desobediência pública, promoveram e organizaram manifestações públicas ilegais, sem qualquer comunicação prévia nem à PN nem às Câmaras Municipais.
“Incentivaram os participantes a ocuparem as vias públicas ilegalmente, criando perturbações e impedindo ou dificultando a livre circulação de pessoas e veículos”, acrescenta nota, que faz saber que os manifestantes “violaram” a lei quando não procederam à entrega das armas às entidades competentes.
Insultos
Às desobediências, somam-se “insultos” seja a colegas da classe que entretanto não aderiram à manifestação e a outros profissionais, nomeadamente, Jornalistas, acusados, de entre outros, de serem “corruptos” e “manipulodores”.
A DN da PN esclarece que o próprio Presidente do Sindicato dos polícias, que é Oficial da PN, sabia que a conduta dos grevistas foi “contrária” à Lei e aos regulamentos internos da instituição e estava consciente das “consequências” que podia resultar, observando que os polícias “não estão” acima da Lei.