As importações de serviços, acompanhando a dinâmica de viagens internacionais, operacionalizadas principalmente por companhias aéreas estrangeiras, e do investimento realizado no país, aumentaram 12,4 % (15,2 % de 2016)
Contas externas – crescimento das importações e das exportações
A balança de pagamentos evoluiu desfavoravelmente em 2017, com o aumento do défice da conta corrente de 2,7 para 7,1 % do PIB. Não obstante a sua redução, as reservas do país permaneceram em níveis considerados adequados, atendendo ao perfil de risco do país e ao regime monetário de peg unilateral ao Euro, permitindo garantir 5,9 meses de importações de bens e serviços.
As exportações de bens e serviços, cresceram 11,4 %, impulsionadas pela recuperação das exportações de bens (o ritmo de crescimento acelerou de 0,2 para 18,6 %), particularmente devido ao aumento das exportações de combustíveis e víveres nos portos e aeroportos internacionais, a um nível de preços mais elevado, e pelo contínuo fortalecimento das exportações de viagens (que cresceram 15,2 % em 2017, após terem crescido 6,9 %, em 2016).
As importações de serviços, acompanhando a dinâmica de viagens internacionais, operacionalizadas principalmente por companhias aéreas estrangeiras, e do investimento realizado no país, aumentaram 12,4 % (15,2 % de 2016).
Finanças Públicas – redução do défice orçamental e da dívida externa
Num contexto de implementação de uma política de consolidação orçamental, as finanças públicas registaram um comportamento menos desfavorável em 2017, tendo o défice orçamental reduzido de 3,6 para 3,1 % do PIB.
As receitas fiscais cresceram 11 % (7 % em 2016), reflexo, particularmente, do aumento da arrecadação dos impostos sobre o valor acrescentado e sobre o rendimento de pessoas coletivas, ambos na ordem dos 12 %, depois de terem aumentado 6,2 e 5,4 %, respetivamente em 2016.
A evolução dos impostos diretos, especialmente a recuperação assinalável do imposto sobre o rendimento de pessoas coletivas, estará a traduzir, a par do aumento do volume de negócios dos contribuintes em resultado do fortalecimento da atividade económica em 2016 e os efeitos das reformas fiscais.
As despesas de funcionamento cresceram 4 %, abaixo dos 8 registados em 2016.
A melhoria das contas públicas resultou num crescimento relativamente contido do stock da dívida pública, reflexo da redução, também devido ao efeito cambial, da dívida externa na ordem dos 7,6 milhões de euros (843 milhões de escudos).
Projeções positivas para 2018
O cenário central das projeções macroeconómicas para 2018 aponta para um crescimento do PIB no intervalo 3,5 a 4,5 %; a evolução da inflação média anual no intervalo 1,75 a 2,75 %; aumento das reservas internacionais líquidas em 12 milhões de euros, garantindo 5,6 meses de importações projetadas para 2018.
Num cenário de contínuo fortalecimento da economia, a autoridade monetária deverá manter uma política prudente e neutra, caso as pressões inflacionistas e sobre as reservas internacionais líquidas permaneçam contidas.