Portugal com mais de 20 sublinhagens da variante Delta

Informação consta num relatório divulgado hoje pelo Instituto Portuguesa de Saúde Doutor Ricardo Jorge ressalvando que as sublinhagens não apresentam maior transmissibilidade do vírus, associação a doença severa ou maior capacidade de evasão ao sistema imunitário

Mais de 20 sublinhagens da variante Delta do coronavírus SARS-CoV-2 foram detetadas nas últimas semanas em Portugal e a AY.4.2, que tem merecido o interesse a comunidade científica internacional, aumentou de circulação desde meados de outubro.

Segundo o relatório divulgado esta terça-feira pelo Instituto Nacional de Saúde Doutor Ricardo Jorge, INSA, 22 sublinhagens da Delta foram “detetadas consecutivamente” nas últimas três semanas com análises concluídas e na semana ainda com dados provisórios.

O INSA ressalva que a discriminação das sublinhagens, que têm o prefixo “Y”, não indica que apresentem maior transmissibilidade do vírus, associação a doença severa ou maior capacidade de evasão ao sistema imunitário. Relativamente à AY.4.2, a que tem suscitado particular interesse na comunidade científica internacional devido à sua crescente prevalência no Reino Unido, o relatório adianta que, após várias semanas com frequências reduzidas, verificou-se um “aumento da circulação desta sublinhagem” nas semanas entre 18 e 24 e 25 e 31 de outubro, representando 1,8% e 3,2% das amostras a nível nacional.

“Contudo, é de notar que os casos detetados nesse período foram exclusivamente no Algarve (16 casos) e na Madeira (três casos)”, refere o INSA, ao explicar que esta sublinhagem apresenta duas mutações adicionais na proteína “spike´ do vírus, responsável pela ligação e entrada do SARS-CoV-2 nas células humanas.

Foram detetadas até à data 28 casos associados a esta sublinhagem em Portugal, os quais representam várias introduções independentes no País. As 10.943 sequências da Delta analisadas pelo INSA dividem-se em mais de 40 sublinhagens.

De acordo com o instituto, entre 11 e 24 de outubro, a variante Delta continuou a ser dominante em todo o País, não tendo sido detetados casos da Gamma desde setembro e da Beta desde julho.