Portugal. Menina desaparecida em Peniche encontrada sem vida. Pai e madrasta detidos

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A menina, de nove anos, estava desaparecida desde quinta-feira, 7. PJ diz que estão “fortemente indiciados de crimes de homicídio, ocultação de cadáveres, entre outros”

Valentina, a menina de nove anos cujo desaparecimento, em Atouguia da Baleia, Peniche, foi tornado público na quinta-feira de manhã, foi encontrada sem vida, este domingo. O pai e a madrasta foram detidos por suspeita de envolvimento na sua morte.

Os dois foram detidos já esta manhã, afirmou o responsável da PJ, realçando que a descoberta do corpo da menina só foi possível após a inquirição a várias pessoas, num trabalho desenvolvido “noite e dia”, em colaboração com a GNR, a Proteção Civil, autarcas e populares.

António Jordão disse que a PJ está convicta que a menina “morreu na habitação”, ainda na quarta-feira, 6, “já ao fim do dia”. Quanto às circunstâncias que levaram ao presumível homicídio, o responsável da PJ disse que ainda estão a ser apuradas, mas que, até agora, as informações recolhidas apontam para “questões internas do funcionamento da família”.

O corpo da menina não foi enterrado, estando apenas “tapado”, no eucaliptal a alguns quilómetros da habitação dos suspeitos, em Atouguia da Baleia, Peniche, onde foi encontrado, afirmou ainda.​

O autarca disse ainda que a descoberta do corpo terá sido consequência de informações recolhidas pela PJ no âmbito da investigação, e não fruto do trabalho desenvolvido pelos grupos de busca que têm estado no terreno. Voluntários, elementos da GNR e dos bombeiros procuraram, nos últimos dias, sinais da criança, que já tinha desaparecido, em anos anteriores, pelo menos uma vez, da casa do pai – quando este vivia em Peniche, tendo, na altura, sido encontrada bem pelas forças de segurança.

Em declarações ao PÚBLICO, Afonso Clara revelou que houve dois fatos que lhe levantaram suspeitas. Por um lado, a atitude do pai, operário fabril, que não participou nas buscas e que, ao longo destes quatro dias, se apresentou sempre “demasiado calmo”. Por outro, o fato de o homem ter relatado que a criança tinha saído de casa de pijama e chinelos, o que não faria grande sentido se estava a pensar em fugir.

O Presidente da Junta de Freguesia de Atouguia da Baleia contou ainda que a mãe da menina participou ativamente nas buscas. “Essa sim, notava-se que estava angustiada, em sofrimento”, acrescentou o Autarca.

O pai de Valentina e a madrasta vivem na localidade​ há nove meses. O casal tem uma filha em comum com cerca de um ano, a que se junta um terceiro menor, de 4 anos e um outro de 12, fruto de uma relação anterior da madrasta.

Já a menina vivia habitualmente com a mãe, descrita como “uma mulher de trabalho”, na vila do Bombarral, para onde se mudaram depois da separação. Antes, a família vivia numa aldeia do Concelho, Famões.

Valentina frequentava o 3.º ano da Escola Fernão do Pó, no Bombarral, e a notícia da sua morte está a ser acompanhada com tristeza e incredulidade. A mãe de uma amiga de Valentina, que conhecia a menina desde os quatro anos, sintetizou o desânimo vivido: “Ainda bem que já não há mais aulas este ano, porque assim as crianças já não vão ser confrontadas com o lugar vazio.”

Com PÚBLICO



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