Portuguesa condenada pela morte do namorado foi detida na Cidade da Praia

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Fernanda Baltazar, por várias vezes, foi vista, num dos Bancos Comerciais, no Palmarejo, a pedir dinheiro a terceiros, alegando vários motivos. A assassina do namorado de 25 anos está detida no País a espera pela sua extradição para Portugal

Várias diligencias foram feitas para que o mandado de captura internacional, contra Fernanda Baltazar, fosse concretizado.

A Portuguesa condenada a 17 anos de prisão por matar o seu namorado em 2016 fugiu para Cabo Verde, onde recentemente foi capturada, pela Polícia Judiciária de Cabo Verde.

Segundo apurou OPAÍS.cv, a detida fazia-se presente várias vezes à porta de um dos Bancos Comerciais do Palmarejo, a pedir dinheiro a terceiros, alegando vários motivos, como por exemplo, para alegadamente dar de comer ao filho, para consultas, entre outros motivos.

Fernanda Baltasar, agora com 41 anos, continua detida em Cabo Verde, aguardando os trâmites legais para a sua extradição para Portugal onde deverá cumprir a restante pena de prisão a que foi condenada.

Detalhes do caso ocorrido em 2016

Segundo a imprensa Portuguesa, Fernanda Baltazar, na altura com 36 anos, contou no Tribunal, que matou o noivo Hugo Oliveira, de 25 anos, mas disse que o fez porque ele lhe pediu. Revelou um pacto de morte, do qual ela desistiu à última da hora, deixando que apenas o companheiro consumasse a decisão.

Segundo notou, foi Hugo quem escolheu a forma de morrer. Usaram gelo seco e água, para que fosse libertada uma nuvem espessa de monóxido de carbono. Fernanda contou ainda que a sua relação com Hugo foi marcada por contactos com o além e pela busca de uma forma de morrer que não deixasse ninguém indiferente.

O crime aconteceu a 23 de dezembro de 2016 – a dois dias do Natal –  na casa onde residiam no Parque das Nações, em Lisboa.

Recorde-se que o Tribunal a condenou, em 2018 a 17 anos de prisão por homicídio qualificado e a quatro anos e meio por um crime de incêndio. É que ficou provado que depois do namorado ter tomado comprimidos para dormir, Fernanda, que era docente, espalhou 35 quilos de gelo seco no quarto, molhou-o com água e depois ateou fogo a dois locais distintos da cama.

O coletivo de juízes considerou provado que apesar de ter ouvido os gemidos de Hugo a tentar levantar-se da cama para fugir, Fernanda nada fez para o ajudar. Pegou na mochila, com dinheiro do noivo, colocou uma peruca e fugiu apanhando um táxi para a sua casa em Vila Nova de Gaia, onde viria a ser detida pela primeira vez.

Depois de condenada passou pouco tempo na cadeia porque, em 2019, por ter havido um erro pouco significativo no acórdão condenatório de primeira instância, o Supremo Tribunal mandou libertá-la, tendo depois, em 2021, reconfirmado a condenação da professora a pena de 17 anos de prisão. Só que nessa altura Fernanda Baltasar já estava bem longe, em fuga “em parte incerta”, tendo sido emitido um mandato de detenção internacional para a sua captura.