PR da Guiné-Bissau não nomeará atual líder do PAIGC para PM

O Presidente da Guiné-Bissau, Umaro Sissoco Embaló, disse hoje não poder nomear o atual líder do PAIGC, Domingos Simões Pereira, para Primeiro-Ministro por “razões constitucionais”, mesmo que quisesse

Questionado pelos Jornalistas sobre como vai ser a coabitação com o PAIGC caso este partido vença as eleições legislativas de 2023, Umaro Sissoco Embaló disse que vai depender de quem for eleito novo Presidente no congresso do partido, previsto para fevereiro.

“No PAIGC vai depender de quem for eleito. Se for o Domingos Simões Pereira, se é isso que quer saber, por razões constitucionais não o poderei nomear Primeiro-Ministro, mesmo que seja isso a minha vontade”, afirmou.

O chefe de Estado Guineense justificou a posição com o facto de o líder do PAIGC não o reconhecer como vencedor das eleições Presidenciais de 2019. “Por uma questão de coerência nem penso que poderemos coabitar. Eu nas condições dele nem ia tentar sequer, conhecendo a pessoa de Umaro Sissoco Embaló. Como vou nomear alguém que um dia diz que eu sou Presidente da República e noutro dia já diz que sou um autoproclamado”, salientou o chefe de Estado.

O Presidente referiu que foi reconhecido como Presidente do País pela comunidade internacional e pelo povo Guineense e que não sabe se poderá nomear o PAIGC para o Governo “se ele for Presidente” do partido. “É complicado para o PAIGC. Não estou a mandar recado para o PAIGC, mas mesmo sendo Domingos Simões Pereira a ser eleito, mesmo com 102 Deputados não o nomearei Primeiro-Ministro, porque ele é que disse que não sou o Presidente”, afirmou.

Para Umaro Sissoco Embaló, não há condições para “coabitação política”.

“Como colegas, amigos, irmãos, podemos falar, agora na política não existem condições para a nossa coabitação e nem com a sua direção no PAIGC, se vencerem as eleições, terei reservas. Eu sou coerente com a minha posição”, disse.