Qual é o nível ótimo das nossas Reservas Internacionais?

0

Segundo o Banco de Cabo Verde – BCV – as Reservas Internacionais líquidas de Cabo Verde aumentaram 20% no último trimestre de 2021, perfazendo num valor global de 623 milhões de euros, garantindo, por sua vez, 8 meses das nossas importações.

As Reservas Cambiais, são de uma importância estratosfera, pois além de ser o garantidor das importações, reduz o prémio do risco soberano, ou seja, capacidade do País honrar as dívidas externas, salvaguarda os investimentos estrangeiros diretos, e serve como instrumento da política cambial, este utilizado pelo Banco Central.

Ora, as Reservas Internacionais, são adquiridas pelo Banco central, neste caso o BCV, junto aos exportadores ou agentes que investem no País etc. Porém, há que se analisar ou contrabalançar o nível ótimo das nossas Reservas Internacionais, pois as suas aquisições implicam custos.

Porquê, digo isto? Porque para canalizarmos Reservas ou divisas, nesse caso o euro, o BCV essencialmente emite escudos, para materializar as compras. Entretanto, à posteriori retira esses mesmos escudos (ver nível ótimo da Base Montaria) com venda das dívidas no “Opem market”, ou seja, na prática, construímos o stock das reservas com uma contrapartida em dívidas.

Eis a questão essencial, será que as nossas dívidas não custam mais que a edificação das Reservas? As nossas Reservas são insuficientes pela nossa estrutura ou ultrapassa o mesmo? Qual é o nosso nível ótimo? Esta é a questão que se deve ser colocada. Pois, grande stock do nível das Reservas não é sinónimo da estabilidade monetária ou cambial propriamente dita.

Ademais, vejam que Cabo Verde possui uma taxa cambial fixa com o euro, assim sendo, o BCV não há de se preocupar, em nada, com o nosso nível de reservas cambias, para fazer frente as variações cambiais.

Na verdade, não pressuponho que 638 milhões de euros das reservas são insustentáveis, mas urge, analisar o modelo do equilíbrio geral entre as aquisições das Reservas Internacionais com o seu custo de aquisição e carregamento, essencialmente, por um País que desfruta de uma lei de paridade cambial fixa com uma região que é a sua ancora comercial.

Eis, a minha dúvida pois, não existe aprendizado sem o direito de errar ou com uma longa tolerância com o estado da dúvida!