Quem é cristão não se aproveita da pobreza

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Não é novidade para ninguém, que desde cedo o Paicv traçou um único objectivo político, que é desgastar o governo.

Todavia, o que a sociedade cabo-verdiana parece não querer mais aceitar e mostrando até sinais de cansaço é a virulência, os ataques, as calúnias e a política de terra-queimada, tendo a líder como o maestro político.

Com essa postura, ela quer deixar no ar, quer sugerir, que é a única sabichona e a única que sabe governar Cabo Verde.

O que ninguém percebe é donde é que veio essa altíssima arrogância, essa mania de expertise, numa pessoa sem um percurso político conhecido e sem uma experiência reconhecida?

Sem que ninguém esperava, chega a pandemia.

O coronavírus, a crise da saúde pública, começando a arrastar uma crise econômica interna e a haver sinais e reflexos da crise mundial.

O governo age imediatamente.

Não antes de analisar e balançar todos os cenários e com o acompanhamento da evolução da epidemia nos outros países.

O governo toma medidas e acaba por fechar as fronteiras, na sequência do surgimento do primeiro caso em Boa Vista.

Mais tarde decreta-se o estado de emergência. O governo declara a quarentena obrigatória. Apresenta um programa de proteção das pessoas, do emprego e de rendimentos.

O país enfrenta, inesperadamente, a maior crise da sua história.

Crise interna de saúde pública, crise econômica interna e potenciais reflexos da crise internacional na nossa economia.

Com esse negro quadro, e como um azar nunca vem solteiro, o país perdeu todas as receitas.

Surpreendentemente também, é saber qual é atitude do Paicv nesta desgraça que desabou sobre Cabo Verde?

Dissemos que o Paicv nunca quis colaborar com o governo.

Qualquer colaboração com o governo ou tímida aproximação (caso da Regionalização) é tido pela líder como um sacrilégio político e motivo de processos disciplinares aos seus dirigentes e deputados.

Com esta pandemia, a política do partido não mudou, a forma de a realizar é que mudou. Podem haver pessoas que defendem o contrário, mas os factos falam por si.

A líder, mudando de tom, agora com a voz mansa pode ir chorar no Parlamento e declarar amor autêntico e colaboração ao governo. Bingo!

Porém, no lado traseiro da escuridão do palco, se ordena e se dá instruções, para se disparar contra as medidas do governo ou contra eventuais falhas na sua execução, sabendo, como todos sabem, que é a primeira vez que Cabo Verde enfrenta uma situação dessas.

O Paicv nunca engoliu a declaração do estado de emergência.

É por isso que o Presidente da República também não foi poupado.

O governo pode dormir apenas duas horas por dia; pode tomar todas as medidas possíveis, para salvar as pessoas; esgotar todos meios do país para salvar vidas, sacrificar a economia, mas o que vai na alma de alguns dirigentes do Paicv, é que o problema é do governo e que ele faz só asneiras!

Atacam as medidas do governo, afirmam que ele agiu tarde demais, tentam fragilizar o primeiro-ministro, utilizando meios disfarçados e subtis.

Esta e outras manhas do Paicv são conhecidas. E todos estão a ver as jogadas.

É pena que isso aconteça no meio de uma pandemia.

As pessoas, desesperadas, gritam pela unidade. Pedem clemência! Os apelos vêm de todos os lados. “Queremos união!”. “Precisamos de estar unidos!”. A líder faz orelhas moucas! É o desaforo de sempre!

Mas, unidade como? Para que haja unidade, tem de haver o espírito de união!

Existe UNIÃO com ataques?

Mas, nem tudo está perdido!
Alegra-me a unidade que existe de facto, uma UNIÃO forte entre governo e todos os órgãos de soberania e entre estes e toda a população de Cabo Verde.

Esta é que está sendo a verdadeira UNIÃO por Cabo Verde.

Quem mandou as pessoas ir buscar os cheques às Câmaras Municipais?

Quem está a “sugerir” medidas populistas, com o objectivo de aumentar as expectativas e raivas das pessoas em relação aos apoios e aumentar a pressão sobre o governo?

O que é que a Janira fez desde que esta crise começou?

Conferências sobre conferências…”sugestões” sobre “sugestões”…

A Cáritas da Igreja Católica está a mobilizar meios para ajudar os mais pobres. Outras organizações da sociedade estão a apoiar e a tomar iniciativas concretas, para mobilizar meios e ajudar os mais pobres.

A líder só quer aparecer na televisão, com as suas célebres e desmedidas “sugestões”, fingindo que está a colaborar.

Isto é uma afronta a Cabo Verde!

Contudo, o pior é utilização da pobreza, como uma verdadeira arma política.

Ouviram dizer que Cabo Verde tem 170.000 pobres. Esta notícia caiu-lhes como uma luva.

A líder Janira gostou tanto da notícia, mas com a inexperiência visível e com falta de jeito para política, pensou logo que os 170.000 pobres podiam constituir um óptimo mercado de votos.

Ela desenterrou imediatamente o discurso sobre a pobreza.

Desde então, é um disco riscado.

Todavia, a líder está tendo dificuldades em articular este discurso.

Primeiro, porque o partido dela esteve no poder durante 15 anos e deixou a pobreza, com 170.000 pobres? O que não abona-lhe em nada!

Segundo, porque a própria Janira sempre teve uma relação conflituosa com a pobreza.

Ela nunca se preocupou e se relacionou com a pobreza, nem como governante nem de nenhuma outra forma.

A pobreza não está e nunca esteve na sua vizinhança, na sua convivência e na sua preocupação.

O que ela anda à procura não é nenhuma forma de solidariedade, nem de compaixão.

Se não fosse uma preocupação fingida, ela defendia no seu governo uma política de prioridade social e hoje não podíamos ter, como ela acredita, 170.000 pobres!

O que ela anda à procura é pura e simplesmente um mercado de votos!

Porém, ela, um dia, terá a surpresa para entender que os pobres não são hortaliças, morangos, canjas ou pastéis.

Com esse fingimento, com esse chorinho, ela perde o controlo e esquece-se que o país tem muitos outros compromissos, muitas outras obrigações, que também em Cabo Verde existem várias outras categorias sociais, que trabalham e que os salários não lhes podem faltar.

O Estado, não pode esquivar-se das suas responsabilidades. De todas elas. E incluindo as imensas responsabilidades deixadas pelos governos do partido dela.

E sabe-se, todos reconhecem, que os mais pobres não foram esquecidos pelo governo, nos limites das possibilidades do país e que o governo está no topo das suas obrigações e desempenho, apesar das crises.

É este o verdadeiro problema do Paicv.

 



1 COMENTÁRIO

  1. O problema, Maika, é que neste como noutros casos, o Governo é confrontado táticas engendradas por comunistas e marxistas, que, como sabes, todos os fins justificam os meios. De mais a mais, o papel dos marxistas é combater os ideias cristãos.

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