Quinto bispo ordenado após acordo entre Pequim e o Vaticano

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O acordo entre Roma e Pequim foi alcançado em 2018 e permitiu evitar um cisma irreversível na China, embora o Governo continue a perseguir a Igreja

O Vaticano confirmou esta quarta-feira a ordenação episcopal do bispo coadjutor de Pingliang, a quinta celebração do género após a assinatura, em outubro de 2018, de um acordo entre Pequim e a Santa Sé.

O bispo António Li Hui foi ordenado ontem, na província de Gansu, após ter sido nomeado para o cargo, pelo Papa Francisco, em janeiro de 2021. A cerimónia de ordenação foi presidida pelo bispo de Kunming, José Ma Yinglin.

O novo coadjutor de Pingliang nasceu em 1972 e formou-se no Seminário Nacional da Igreja Católica na China.

A liberdade religiosa não existe na China, onde o Estado comunista procura controlar todos os aspetos da vida social, incluindo a religiosa. A situação naquele País levou, ao longo das décadas, à formação de duas Igrejas paralelas, uma que operava na clandestinidade, mas fiel ao Papa, e outra que estava sob a jurisdição do regime. Os bispos ordenados sob nomeação do regime, e sem autorização de Roma, eram automaticamente excomungados.

O acordo de 2018 permitiu regularizar a situação, com o Vaticano a reconhecer a legitimidade dos bispos ligados ao regime e Pequim a aceitar que Roma participe na nomeação de novos prelados. Este acordo permitiu evitar uma situação de cisma irreversível, mas não impediu o Governo Chinês de continuar a perseguir muitos padres, bispos e fiéis que resistem à interferência do regime na vida religiosa.