Retoma económica em Cabo Verde vai ser “lenta”

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Possibilidade é admitida pelo Primeiro-Ministro. Ulisses Correia e Silva falava durante a abertura do Congresso Internacional sobre “O mundo pós-pandemia Covid-19”

O Primeiro-Ministro disse hoje que a retoma da economia em Cabo Verde vai ser “lenta” até chegar ao ritmo de 2019, quando o crescimento era de 5% anual.

Ulisses Correia e Silva falava durante a abertura do Congresso Internacional sobre “O mundo pós-pandemia Covid-19”, promovido pelo Instituto Superior de Ciências Jurídica e Sociais, na Cidade da Praia.

De acordo com o Chefe do Governo, Cabo Verde tem tido “tempestades perfeitas”, desde 2017 até 2020 com os três anos seguidos de seca, agravado com um ano e meio de pandemia da Covid-19, somando agora com a crise energética.

Como consequência da pandemia, o turismo ficou paralisada, com grande impacto na economia, já que representa 25% do Produto Interno Bruto, impactando o emprego, as empresas, as famílias e o Estado.

“As receitas fiscais gerais baixaram 25%, a ajuda pública para o desenvolvimento baixou para metade entre 2020 e 2021 e a dívida pública aumentou de 124,5 para 155%, sendo que parte deste acréscimo significativo deriva do financiamento das medidas de proteção e da contração económica”, vincou, sublinhando que mesmo com essas “tempestades perfeitas”, Cabo Verde aguentou-se bem, devido às medidas para mitigar os efeitos.

A Covid-19 obrigou a interdição dos voos, repatriamento de estrangeiros e Cabo-verdianos em vários cantos do mundo, criação de um sistema de coordenação entre diversos atores para respostas assertivas e efetivas: Saúde, Proteção Civil, Forças Armadas, Polícia, ONG, Igrejas, Cruz Vermelha, Câmaras Municipais, Investimento no Serviço Nacional e Saúde, criação de laboratórios de virologia, contratação de mais profissionais de saúde, medidas legislativas para cobertura legal das medidas de proteção económica e social. Mas mesmo assim o País não parou.

“Mesmo em estado de emergência o País funcionou, o teletrabalho, as empresas, os bancos, as seguradoras, a administração pública, o sistema educativo, as universidades, a proteção das empresas e emprego, de rendimentos, o rendimento solidário para o setor informal, o layoff simplificado, o subsídio de desemprego, moratórias, cuidados a idosos, estabilização de preços de cereais, e ainda contamos coma forte solidariedade da Diáspora”, precisou o PM.

Contudo, pontuou, conseguiu-se mobilizar vacinas tanto através da iniciativa COVAX como através das relações bilaterais, o que possibilitou o País vacinar até ao momento 80% da população adulta com pelo menos uma dose e 51% com 2 doses.

“Evitamos o colapso do sistema de saúde, social, económico e do sistema educativo. Estamos a preparar o pós pandemia, acelerando a Agenda 2030 para tornar o País mais resiliente e com uma economia diversificada”, referiu.