Salário da primeira-dama. JMN acaba de confirmar tudo o que eu tinha escrito

3

Acredito piamente que muita gente viveu um dia na esperança de ler um desmentido do Presidente da República a uma notícia chocante: a sua mulher/companheira foi contratada para trabalhar com ele na Presidência, recebendo um vencimento que é superior ao do próprio Presidente, PM, Ministros e Chefe da Casa Civil: 310 contos por mês. Quem sempre apoiou JMN disse logo que era uma cabala, mas uma grande parte das pessoas ficou na dúvida e quase rezava por um desmentido.

Ora JMN acaba de confirmar tudo o que eu tinha escrito, através da sua nota de “escurecimento”. Desta vez escondeu-se atrás da “presidência”, faltou-lhe coragem de dar a cara por um ato que cheira a quilómetros a nepotismo e corrupção, sejamos claros. Sim, nepotismo e corrupção que merecem investigação do Ministério Público.

Estamos a falar de quem? De um homem que dia sim, dia sim, na comunicação social ou nas redes sociais nos dá lições sobre a ética e moral na política, sobre a lisura e honestidade, sobre a transparência e rigor na gestão da coisa pública. E que faz ele na Presidência? Não estou a falar dos 2 salários, um de PR e mais um subsídio de antigo PM ou da casa dele arrendada a uma Embaixada por 500 contos mensais. Isso é dele e nada temos a ver com isso.

Estou a falar do contrato que ele celebrou com a sua mulher/companheira para receber como Primeira Dama 310 contos por mês. Tem contrato sim, porque contrato é um acordo, verbal ou escrito. Se a sua mulher trabalha com JMN e recebe por esse trabalho com consentimento expresso dele, é mais do que prova que tem contrato. Não está ali à força, mas por vontade do marido! Diz o Presidente da República (PR) que a mulher/companheira trabalhava na Telecom e com um vencimento superior. Mas o que temos a ver com isso? O que ela faz é remunerado pelo dinheiro que ela voluntariamente deixou de receber? O certo é que ela pediu exoneração do cargo, o que é publico. Porque pediu se o nosso PR sempre foi contra o estatuto de Primeira Dama? Mas diz o PR que está de licença especial e assim (não se sabe como) passou para a Presidência.

Meu Deus! Que trapalhada! Mas ninguém se revoltou na presidência com essa desfaçatez? Afinal, existe o cargo público remunerado de Primeira Dama para o qual ela “se transferiu”? Foi criado por que lei? É possível exercer-se um cargo público inexistente? O que todos nós sabemos é que nenhum Presidente da República do regime democrático deu emprego à sua mulher e muito menos com um salário escandaloso na Função Pública. Nenhum! Enquanto Primeiro-ministro no passado, JMN também se opôs a isso de forma pública e categórica, mas no presente enquanto Presidente da República já acha isso normal, como beber um copo de água. Dois pesos e duas medidas!

E agora? Marcelo Rebelo de Sousa em Portugal está a ser atacado todos os dias por ter metido uma cunha para tratamento de 2 crianças doentes. O nosso Presidente da República que contrata a sua mulher para um cargo público inexistente e com salário de princesa… merece silencio de muita gente! Onde estão os críticos? É muito grande a hipocrisia política que existe em Cabo Verde. Afinal, somos africanos no pior sentido do termo. Não fossemos, JMN já se tinha demitido do cargo! Clarissimamente!



3 COMENTÁRIOS

  1. Pior, está a circular rumores (por confirmar), em como emissárias do Presidente da Republica estão a trabalhar para impedir/dificultar/atrasar ao máximo a saída dessas notícias nos órgãos públicos de comunicação social. O https://www.opais.cv deve averiguar se JMN está em vias cometer outro crime grave, que é intrometer-se na autonomia dos órgãos da comunicação.

  2. OPINIÃO SOBRE O SALÁRIO DA PRIMEIRA DAMA
    Os homens não podem ser escravos da lei que criam mas sim, as leis, numa ordem democrática devem, acima de tudo, servir á sociedade, à maioria! Ao tomar conhecimento do salário da atual Primeira Dama do nosso País, invadiu-me uma sensação de indignação! Nem pelo fato do titular da PR ser de origem de um Partido Político ao qual nutro pouca simpatia, mas, por tratar-se de um salário que não corresponde à realidade, efetiva da função. Pois, se tem um salário terá, obrigatoriamente, contrapartidas e todos devem estar devidamente exarados em contrato escrito. Aqui pergunto! Como andarão as contas versos o Orçamento na Casa Civil? Ao deixar a sua atividade profissional terá, a meu ver, feito uma opção “política”. Sim, política, por que não. Aqui, o normal seria ser-lhe reduzido o salário equiparando-o no máximo ao do PR para não dizer ao dos deputados que são diretamente eleitos. Outrossim, a ser atribuído tal salário propiciciar-se-à desequilíbrio econômico perante o próprio PR e sabe-se que vivemos ainda num País onde os valores humanos valem menos que os económicos onde ainda são os valores económicos, mais que os socio-economicos, governam o País! O Parlamento devia aprovar uma lei onde fosse estabelecido um salário justo à figura da Primeira Dama e que nunca fosse superior ao dos Deputados da Nação! Ah! Com essa opinião não quero dizer que corroboro com a atual ORDEM SOCIO-POLITICA DO PAIS! AINDA VIVEMOS NUM PAÍS DE CARÊNCIA POLITICA E DE DESIGUALDADES PROFUNDAS ONDE URGE UMA REFORMA CONSTITUCIONAL CONSENTÂNEA COM O DESENVOLVIMENTO ATUAL E PRECONIZADO!

  3. Já agora, pergunto se, perante esses factos não desmetidos mas cinfoirmados, José Maria Neves tem cindicoes para continuar no lugar onde está.

Comentários estão fechados.