Jovem santantonense revelou ao OPAÍS a ideia de criação de uma associação, na sua zona, para defender as próprias mulheres
“Tenho força, tenho garra e sou uma pessoa dinâmica”. É assim, de forma taxativa e sintética, que a jovem Sheila Santos faz-nos a sua apresentação, quando instada a falar da mulher na política, à margem da Universidade de Verão do MpD que decorre na Cidade Velha.
A jovem natural de Tanque, Concelho da Ribeira Grande de Santo Antão, diz-nos que está a mobilizar vontades para dinamizar uma associação de mulheres na sua comunidade. A intenção é trabalhar sobretudo o aspeto social das mulheres, muitas delas mãe e pai ao mesmo tempo.
Licenciada em Relações Públicas e Secretariado Executivo, pela Universidade de Cabo Verde, em 2014, Sheila avança que a política social lhe fascina, por isso quer abraçar a causa da futura associação, para “melhor contribuir” para a emancipação das mulheres, sobretudo da sua aldeia, no interior da Ribeira Grande.
A nossa entrevistada não defende quotas na participação feminina na política mas observa que a mulher tem “caraterísticas especiais” que lhe pode ajudar a fazer “melhor ação” na hora de decisões.
“Somos mais flexíveis e temos uma capacidade de escuta que é só de mulher”, argumenta, para de seguida observar que a mulher tem “sensibilidade” que pode ser uma mais-valia, por exemplo, na política.
Reconhece não ser fácil para uma mulher, muitas vezes mãe, dedicar-se à política mas entende que pelas causas da mulher ninguém melhor do que elas próprias para liderar as batalhas.
“Temos que fazer um esforço grande. Conciliar casa, filhos e política requer-nos um enorme esforço”, explica, ela que é mãe solteira, com um filho de 5 anos.
Sheila Santos entende que é possível uma “maior colaboração” entre homens e mulheres, para causas que beneficiam a Sociedade. “Podemos nos complementar, ninguém é melhor que o outro”, finaliza.