Síria. Dez anos depois, rebeldes não esquecem massacre com armas químicas 

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Sírios em áreas rebeldes assinalam, nesta segunda-feira, 21, o 10.º aniversário do ataque químico com gás sarin perto de Damasco que matou pelo menos 1.400 pessoas, um crime atribuído ao regime de Bashar al-Assad e ainda impune

Em várias localidades fora do controlo do regime no norte do País, familiares das vítimas, ativistas e equipas de resgate organizaram eventos na noite de domingo.

Em 21 de agosto de 2013, as forças Sírias realizaram ataques em Ghouta Oriental e Mouadamiyat al-Sham, áreas então nas mãos dos rebeldes.

Imagens de homens, mulheres e especialmente crianças sem vida, a espumar pelos lábios, chocaram o mundo, com ativistas a denunciar que famílias inteiras foram dizimadas.

Em Afrin, os sobreviventes partilharam as suas memórias dolorosas enquanto as crianças encenavam uma peça inspirada nessa tragédia.

“Não estamos a organizar este evento para lembrar o massacre, porque nunca o esquecemos”, afirmou Mohammad Dahleh, citado pela Agência France Presse (AFP), sobrevivente e um dos organizadores do evento.

“Continuaremos a insistir na necessidade de responsabilizar Bashar al-Assad, o primeiro responsável por este massacre”, acrescentou, lamentando que o regime tenha continuado a “perpetrar outros massacres por causa da inércia do mundo”.

A oposição atribui o ataque ao regime de Bashar al-Assad, mas este nega qualquer envolvimento.

Os Estados Unidos apontam o número de pelo menos 1.429 mortos, incluindo 426 crianças, e também acusam Damasco de ter realizado o ataque, violando a ‘linha vermelha’ estabelecida pelo então Presidente Barack Obama para uma intervenção na Síria.