Ratificação do Acordo defraudou o PAICV que promete recorrer ao Tribunal Constitucional. João Baptista Pereira deu voz à insatisfação do maior Partido da Oposição
O PAICV vai recorrer ao Tribunal Constitucional, TC, para suscitar a fiscalização abstrata e sucessiva do Status Of Forces Agreement, SOFA, ratificado na última quarta-feira, 19, pelo Presidente da República.
O maior Partido da Oposição que, juntamente com a UCID, absteve-se na votação do Acordo, no Parlamento nacional, não se conforma com a decisão do Chefe de Estado e entende que o Presidente deveria ter recorrido ao TC.
“O PR quis deixar que o PAICV fosse ao Tribunal Constitucional” comentou o Deputado e Vice- Presidente do PAICV, João Baptista Pereira, que falava à TV pública, na última noite.
A ratificação do SOFA pelo PR deixou o PAICV “extremamente defraudado”, confessou o político.
Já a UCID entende que o SOFA “fere” com a soberania do País, dizendo mesmo não haver a “salvaguarda” do interesse nacional.
Francisco Silva que deu voz à posição dos democratas-cristãos disse que o SOFA “é como abrir tudo e entregar tudo aos Estados Unidos”.
Alguém anda aqui a brincar com coisas muito sérias. O Paicv votou abstenção no Parlamento, apostando na criação de um ambiente de guerrilha entre o PR e o Governo, algo que quase conseguiu porquanto induziu JCF a ir ao Expresso das Ilhas acusar o Governo de “improbidades” na gestão deste dossier. JCF até foi longe demais a ponto de tentar tumultuar as relações entre Cabo Verde e os Estados Unidos da América, ameaçando levar para a pauta da agenda do seu discurso na ONU a questão da “pena de morte”, não contra essa prática na Guiné Equatorial, no Iraque, e noutras ditaduras, mas apontando dedo claramente à América. O Paicv quase conseguiu colocar Zona contra Ulisses. Ulisses foi elegante, recusando discutir com Zona no Expresso das Ilhas que o Zona usou para debitar sua mágoa. Contabilizando os ganhos, perde o Paicv; perde o PR; ganhou o Governo e ganha Cabo Verde. Não muito de se queixar ao TC, mas sim de si próprio ao votar abstenção.
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