TAP volta a controlo do Estado Português

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Portugal passa a ter controlo de 72% da TAP. Companhia será alvo de um plano de reestruturação

Após cinco anos de gestão privada, em 2020 a TAP voltou ao controlo do Estado, que passou a deter 72,5% do seu capital, antes tinha 50%, depois de a companhia ter sido severamente afetada pela pandemia de Covid-19.

As restrições à operação das companhias aéreas, para conter a propagação do novo coronavírus, agravaram a situação financeira da TAP, levando a Comissão Europeia a autorizar, em 10 de junho, um auxílio estatal de até 1.200 milhões de Euros à transportadora aérea de bandeira Portuguesa, tendo Portugal seis meses para apresentar um plano de reestruturação que comprove a Bruxelas a viabilidade da companhia a longo prazo.

Os trabalhadores foram mandados para casa em regime de ‘lay-off’ e quem tinha contratos a prazo foi informado de que não seriam renovados.

Perante a possibilidade de despedimentos, instalou-se um clima de ansiedade nos trabalhadores da TAP e os sindicatos começaram a queixar-se de não estarem a ser ouvidos pelo Governo durante a elaboração do plano.

Centenas de trabalhadores da TAP concentraram-se, em 2 de dezembro, em frente à Assembleia da República, em Lisboa, a pedir diálogo e transparência, no âmbito do processo de reestruturação do grupo, numa iniciativa promovida pelo movimento “Os números da TAP têm rosto”, sem qualquer ligação a sindicatos.

Nas vésperas da entrega do plano a Bruxelas, discutiu-se se o documento deveria ser debatido na Assembleia da República, posição defendida por Pedro Nuno Santos, mas rejeitada pelo Primeiro-Ministro, António Costa.

O plano foi entregue à Comissão Europeia no último dia do prazo, 10 de dezembro, e prevê o despedimento de 500 pilotos, 750 tripulantes de cabine, 450 trabalhadores da manutenção e engenharia e 250 das restantes áreas, redução de 25% da massa salarial do grupo (30% no caso dos órgãos sociais) e do número de aviões que compõem a frota da companhia, de 108 para 88 aviões comerciais.

Seguem-se agora as negociações com Bruxelas para fechar o documento, que o Ministro das Infraestruturas prevê que possam estar concluídas em fevereiro, passando-se depois à sua execução.

No total, até 2024, a companhia deverá receber entre 3.414 milhões de Euros e 3.725 milhões de Euros.