Papa Francisco e grande imã de Al-Aazhar assinaram na segunda-feira, 4, declaração inédita contra terrorismo e intolerância
Texto conjunto assume defesa dos direitos políticos das mulheres. Assinatura aconteceu no âmbito do encontro inter-religioso nos Emirados Árabes Unidos.
A declaração de Abu Dhabi, foi assinada no final do encontro inter-religioso realizado esta segunda-feira, 4, nos Emirados Árabes Unidos, pelo Santo Padre e o grande imã de Al-Azhar, Ahmad Al-Tayyeb.
O documento é apresentado como “histórico”, e condena o terrorismo e a intolerância religiosa.
“Pedimos a todos que deixem de usar as religiões para incitar o ódio, a violência, o extremismo e o fanatismo cego, e que se abstenham de usar o nome de Deus para justificar atos de assassinato, exílio, terrorismo e opressão”, lê-se na declaração.
O texto parte da “crença comum em Deus”, que “não precisa ser defendido por ninguém e não quer que o Seu nome seja usado para aterrorizar as pessoas”.
Al-Azhar é a mais conceituada instituição teológica e de instrução religiosa do Islão sunita no mundo e a mais antiga universidade islâmica, tendo sido construída em 969.
Católicos e muçulmanos assumem que as religiões “nunca devem incitar a guerra, atitudes de ódio, hostilidade e extremismo”, nem devem incitar à violência ou ao derramamento de sangue.
O Papa e o grande imã esperam que a posição conjunta una em seu redor intelectuais, filósofos, figuras religiosas, artistas, profissionais dos Media e homens e mulheres de cultura para “redescobrir os valores da paz, justiça, bondade, beleza, fraternidade humana e coexistência”.