Administrador do território e os seus dois cúmplices desviaram toneladas de ajudas, como “arroz, latas de óleo, sacos de farinha entre outros produtos que eram destinados aos 450 mil deslocados
Um funcionário local foi preso por desviar ajuda alimentar destinada aos deslocados que fugiram da erupção vulcânica de 22 de maio em Goma, no leste da República Democrática do Congo, RDCongo, revelou hoje o porta-voz do governador militar.
“O administrador do território de Rutshuru, a norte de Goma, e os seus cúmplices, que desviaram a ajuda destinada aos deslocados, já estão presos” na cadeia central de Goma, afirmou o major Guillaume Ndjike Kaiko, porta-voz do governador militar, general Contant Ndima.
O administrador do território foi preso com dois cúmplices, de acordo com uma fonte judicial. Eles desviaram “arroz, latas de óleo, sacos de farinha”, disse um ativista do movimento de cidadãos Lutte pour le changement (Lucha), François Kamate. O volume da ajuda desviada rondará as toneladas, acrescentou. “Tem havido provas palpáveis de apropriação indevida”, disse ainda o ativista, apelando ao poder judiciário para fazer o seu trabalho.
Uma erupção do vulcão Nyiragongo, a norte de Goma, em 22 de maio matou, pelo menos, 32 pessoas, segundo números oficiais, e destruiu centenas de casas, segundo avaliações de organizações não-governamentais humanitárias.
No total, cerca de 450.000 pessoas foram deslocadas, sobretudo desde 27 de maio, por precaução em face à possibilidade de continuação da atividade sísmica, que poderia ter causado a erupção de lava na própria cidade ou a explosão de “bolsas de gás metano” nas profundezas do Lago Kivu, pondo em perigo a vida da população.