Ucrânia. Papa Francisco preocupado com “marcha-atrás” de alguns Países 

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Papa Francisco considerou no sábado que alguns Países fazem “marcha-atrás” no apoio à Ucrânia contra a invasão Russa, notando que recusar armas a Kiev contribui para “o martírio” dos Ucranianos

Abordo do avião papal após uma viagem a Marselha, França, o Líder da Igreja Católica disse aos jornalistas que “alguns Países estão a recuar e vão deixar de dar armas” à Ucrânia, o que “dará início a um processo de martírio do povo Ucraniano e isso é mau”, sem nomear qualquer País.

Francisco falava dias depois de a Polónia ter anunciado que não entregaria a Kiev mais armamento para além do que já se tinha comprometido por desentendimentos em relação à exportação de cereais Ucranianos para a Europa, em concorrência com as exportações Polacas.

A guerra, argumentou, não é apenas um problema entre a Rússia e a Ucrânia, mas tem na sua raiz a indústria do armamento, a que se referiu como “fábricas de morte”.

Francisco admitiu “alguma frustração” com a falta de resultados concretos da missão de paz do Vaticano para a Ucrânia, destacando que é preciso “resolver as coisas de uma forma que seja possível”, mas “sem ilusões de que amanhã os dois Líderes irão jantar juntos”.

Ressalvou que a missão do Vaticano tem tido sucesso no regresso à Ucrânia de crianças deportadas para a Rússia.

No balanço da visita a Marselha, em que um dos temas principais foi a vaga de migração para a Europa, Francisco criticou o “pingue-pongue” com as pessoas que chegam às costas Europeias vindas do norte de África, onde “são torturadas”.

Na missa que celebrou perante cerca de 50.000 pessoas em Marselha, onde participou nos Encontros Mediterrânicos, Francisco lamentou que sejam “tragicamente descartadas” as vidas de “tantas pessoas que emigram, tantas crianças que não nascem e tantos idosos abandonados”.

Em Marselha, Francisco afirmou ter encontrado uma cidade “que dá as boas vindas, que acolhe e recebe sem negar a identidade dos povos”.

“Precisamos de repensar este problema para outras partes do mundo: a capacidade de acolher”, defendeu.