É versão da mulher que estava com o homem que foi detido pela Polícia e que foi encontrado sem vida, na cela da PN. Mulher nega todas as acusações feitas ao namorado
Lenita Gomes Silva que se apresenta como namorada de Felisberto Tavares, o homem de 29 anos de idade, que estava detido e apareceu morto, no interior de uma cela na Esquadra de Santa Maria, na Ilha do Sal, procurou OPAÍS.cv para contar a sua versão do ocorrido, e nega categoricamente, a versão contada pela PN em nota oficial.
Segundo Lenita, ela e Felisberto mantiveram um namoro por cerca de 6 anos, interrompido há algum tempo, mas que agora estavam a tentar restabelecer a relação. Garante que apesar de “alguns desentendimentos” com o companheiro, este nunca a agrediu, e que naquela segunda-feira, 24, “Flis”, como o tratava, não estava na posse de “nenhuma arma. Nem arma branca nem arma de fogo”, atesta.
No dia 24, diz ela, o namorado não queria que ela o deixasse quando disse que queria ir para a sua casa, pois não moravam juntos. Entretanto, continua Lenita, um seu irmão tentou falar com Felisberto “ele não quis, meu irmão chamou a Polícia” que entretanto foi ao local. Com a chegada dos Agentes, prossegue Lenita, “Flis” ficou “agitado, nervoso, com medo e fechou a porta” da casa, mas a companheira recusa todas as acusações de agressão, VBG, sequestro, ameaça reportados pela PN.
“’Flis’ não me agrediu, ele não me ameaçou e não me fez nada”, revela.
“Única coisa que ‘Flis’ queria era que eu ficasse com ele nesse dia”, ajuntou.
A namorada garante que o seu namorado entregou-se à Polícia sem quaisquer ameaças e nega todo o conteúdo do comunicado emitido pela PN.
Uma irmã do falecido, que viajou da Cidade da Praia, juntamente com o pai, após o ocorrido, tem versão semelhante à da sua cunhada.
Chegados ao Sal, tentaram junto das autoridades sanitárias e policiais saber do corpo e das circunstâncias da morte, mas que todas recusaram prestar informação à família, alegando que não tinham dados, mas a família diz ter ficado surpresa com o teor do comunicado da PN que minutos antes alegou não ter informação.
Na opinião da família “os dados da Polícia sobre a morte do detido não são verdadeiros”.
A família lamenta que a Polícia não lhes tenha prestado quaisquer solidariedade à chegada ao Sal, dizendo mesmo que tiveram ameaças de detenção, caso continuassem a exigir informações sobre o parente.
“A Polícia tratou-nos de forma ríspida, de forma agressiva, com ameaça de prisão”, reporta um familiar.
Quanto à questão de autópsia, segundo consta, num primeiro momento, as autoridades teriam alegado que não seria necessário, pois estava evidente que se tratou de uma morte por enforcamento, no entanto, a fonte familiar indica, que a autópsia deve ser realizado na quinta-feira, 27, para depois ser liberado o corpo para o funeral, ainda sem data.
Mais um registo lamentável de incidentes da nossa Polícia que, precisa urgentemente da revisão das suas lideranças de cima para baixo.
No comunicado emitido pela polícia, que eu li ontem, vi muitas pontas soltas que até eu me opinei, prevendo que as reacções contraditórias não demoravam de vir a público.
A minha manifestação baseou-se precisamente no não cumprimento das formalidades para a execução da detenção e o outro ponto é de a própria polícia ter deixado claro que iria investigar a situação, sendo ela a interveniente directa.
Os nossos ilustres agentes têm de meter na cabeça de que determinadas actuações, sobretudo as de fora de flagrante delito têm de ser precedidas de Mandato Judicial.
Então, já vimos mais uma vez que vamos ficar na boca do mundo crioulo e, não só, também com uma má avaliação estatística em termos de profissionalismo.
É uma pena e o governo e as demais autoridades nacionais têm que ver por essas situações e pugnarem para que tenhamos uma polícia com mais e melhor desempenho sem por em causa os princípios fundamentais da legalidade nas suas actuações.
Os meus sentimentos de profunda tristeza, com os pêsames para os familiares, parentes e pessoas de relações mais próximas e votos de uma boa consolação.
Que a alma do malogrado tenha bom descanso num dos melhores cantos da Glória Eterna.
Policia no sal faz o que quer principalmente em santa maria. Gritam com as pessoas dentro da esquadra e nao querem que as pessoas gritem. Cambadas de levianos e tem de ser feito autópsia porque essa historia esta mal contada.
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