Na última sexta-feira, o que se tem chamado de “Déboragate” atingiu um novo clímax. O Presidente José Maria Neves, que já havia mergulhado o País no maior escândalo nacional ao conceder ilegalmente um generoso salário de 310 contos mensais à sua namorada para desempenhar funções de primeira-dama, fez uma comunicação ao País que deixou muito a desejar. Em vez de aproveitar a oportunidade de ouro para esclarecer à Nação Cabo-verdiana, o Presidente optou por um discurso vazio e sem substância.
Espera-se de um Chefe de Estado que defenda os interesses da Nação, conforme jurou solenemente no dia da sua posse. No entanto, o Presidente da República violou de maneira flagrante este compromisso de honra, favorecendo intencionalmente a sua companheira.
A comunicação ao País frustrou as expetativas dos Cabo-verdianos, uma vez que foi pouco esclarecedora sobre o escândalo que envolve a mais alta figura do Estado. O que se esperava — e ainda se espera — do Presidente é uma postura de assunção de responsabilidade pessoal e política pela falta de defesa dos interesses do Estado. A atitude do Presidente é a principal responsável pela crise de credibilidade sem precedentes que assola a Presidência da República.
Como uma democracia, aguardamos o pronunciamento da Justiça sobre esta violação. Contudo, ao anunciar a devolução dos valores pagos ilegalmente à sua namorada, o Presidente implicitamente reconhece que agiu fora da lei. Portanto, o que faltou foi um pedido público de desculpas aos Cabo-verdianos, um gesto que até agora tem evitado, o que é profundamente preocupante.
O Presidente também ignorou deliberadamente outros benefícios recebidos pela sua companheira, tais como viagens, ajudas de custo, alojamentos e outros privilégios usufruídos ao longo dos últimos 24 meses.
De maneira astuta, o Presidente mencionou uma “nódoa” nas relações entre os órgãos de Soberania e na cooperação e lealdade institucionais entre a Presidência e o Governo. No entanto, ele se esquece de que é o autor material e político desta mancha significativa.
Em defesa da dignidade das famílias Cabo-verdianas e da mulher Cabo-verdiana, é essencial esclarecer a Nação o verdadeiro estado civil do Presidente da República. Este detalhe não é apenas relevante, é urgente e merece total transparência, excelência.
OPAÍS.cv
Orgulho não o deixa pedir desculpas aos caboverdianos. A lei é para ser aplicada. O PR cometeu crime e como tal deve tesponder perante a justiça.
o povo burro é o povo que elege um idiota para o seu ALFA.
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