Uma necessária e oportuna reflexão

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De regresso de São Nicolau ao Fogo, passando pelo aeroporto da Praia, no avião, pensando nas nossas empresas públicas e mistas, as que são, no fundo, do Estado e do Estado, e privado e no princípio da igualdade consagrado e garantido na nossa lei fundamental, no seu artigo 24, e as suas políticas de “incentivos ou apoios ao desporto” ou às diversas equipas de futebol existentes em Cabo Verde, verifico , com mágoa e profunda tristeza, que estas empresas pontapeiam, de forma manifesta, a nossa Constituição, esta que não permite qualquer espécie ou tipo de discriminação entres pessoas coletivas ou individuais.

Há empresas do Estado e mistas que apoiam e financiam, por exemplo, certas equipas de futebol, sem qualquer critério e sem respeitar, repito, a igualdade que deveria e que deve ser a bússola de todas elas.

Alguém tem de mandar parar isto ou de por isto em ordem: ou se apoia ou se financia todas as equipas ou não se apoia a nenhumas!

A Ilha Fogo e as suas equipas são as mais sacrificadas, como sempre! Vulcânico, por exemplo, e nesta época desportiva, representa a ilha, mas debate com tantos problemas a ponto de não ter sequer um fato de treino ou para passeio! Mas existem no Fogo empresas de Estado ou mistas que ganham dinheiro sobre dinheiro que apoiam e financiam, através da direção central , outras equipas fora do Fogo, em especial com sede na Praia e em São Vicente, sem qualquer critério! Isso é justo? Isso é equitativo? Isso é constitucional? Não deve haver critérios predefinidos, respeitando sempre o sacrossanto princípio da igualdade! Estas empresas não deveriam direcionar este apoio ou este financiamento para os campeões das ilhas , proporcionalmente?

E as Câmaras Municipais? Não deveriam, também, definirem, antecipadamente, os critérios para incentivos ou prémios para campeões ou para vitórias ou empates?

Os princípios da igualdade, da justiça, da proporcionalidade e de transparência… deveriam e devem tomar conta deste país! A ver vamos!

Quem de direito, por favor, que nos acuda!

Mas pior: estas empresas não sabem que uma carta merece sempre uma resposta! Dirigimos mais de 500 cartas e não recebemos, ainda, resposta de três ou cinco!

Vamos ver se alguém do Estado ou do Governo ou dos Municípios será capaz de pôr na/ou em prática a constitituicao ! Nada melhor do que realização da Constituição e não deixá-la como letra morta! Aliás, a questão aqui levantada é uma questão de decência!

Aproveitamos, porém, este espaço, para agradecermos dezenas de cidadãos e munícipes da ilha – e não só – que têm aderido à nossa campanha nacional: juntos somos melhores e vencedores; djarfogo pa riba tudo!

Estamos a contar com todos e todas!

Fogo reclama, depois de 1980 (Botafogo, há 42 anos), um campeão de Cabo Verde e isso só é possível com um autêntico djunta mom dos filhos do Fogo e não só!

Lutemos todos!



1 COMENTÁRIO

  1. É preciso não esquecer que as empresas, sejam elas mistas, públicas ou privadas, desenvolvem uma atividade emperesarial (de negócios). E por isso, para o seu melhor desempenho e crescimento, sempre necessitam materializar um plano de marketing que inclui ações de publicidade.
    Para realizarem as suas ações de marketing, escolhem preferencialmente associar-se a organismos, instituições ou muitas vezes a equipas com notoriedade. É isto.
    E respeitando opinião contrária, no meu entender, isto não se trata dum apoio social, nem duma discriminação no apoio às equipas. Trata-se simplesmente de negócios.

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