Uma Nova Era

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A era Pós-Covid-19 terá que nos levar à Educação e ao Ensino; à Solidariedade, ao Trabalho e ao Respeito.

Que as famílias, todas elas, apostem numa nova forma de Educação. Que os filhos dos que têm maior saúde financeira sejam educados para o conhecimento, sem a presunção e a arrogância e que não sejam empurrados como máquinas para as áreas que dão mais prestígio e mais dinheiro e que não sejam robóticos e vazios e cegos perante os valores fundamentais da sua comunidade e da humanidade, mas tenham orientação vocacional que lhes permitam realizar-se, humanizar-se;

que os filhos, nascidos em fracas condições financeiras não se curvem perante determinadas circunstâncias e sejam estimulados a cultivar o saber, o saber ser e o saber fazer, cientes de que a humanidade é uma túnica inconsútil e que não cedam a vícios, estigmas ou crenças que limitam e não baixem a guarda, mantendo sempre hasteado o estandarte da dignidade e marchem para criar um mundo cuja justiça seja menos equívoca e mais flexível.

Que o Ensino e a Educação façam com que os jovens criem um canal límpido de permuta de informações e conhecimento com os pais e os mais velhos; que os jovens conheçam e se interessem pelas políticas e assuntos importantes, nacionais e internacionais e que os povos saibam escolher os seus líderes e nunca se venha a ter de permitir que interesses externos se infiltrem e apodreçam as decisões fortes de cada povo.

Que os jovens e as sociedades não cedam à manipulação e amputação que tem chegado através das teias da Internet. Que sejam informados, não absorvendo tudo o que vem, particularmente nas redes sociais, mas saibam onde encontrar informações e tenham amor pela pesquisa e não caiam nas primeiras falácias que cegam e asfixiam a visão ampla. As próprias notícias, hoje, estigmatizam líderes, aniquilam uns, valorizam outros, obedecendo sem saber a critérios obscuros, sobretudo um certo jornalismo. São muitas vezes o maior veículo de uma fraca opinião pública e da própria injustiça e opressão.

Que tenhamos, na era Pós-Covid-19 a coragem de desfrutar dos recursos que a natureza nos dispõe e valorizá-los. O nosso maior recurso desde sempre foi o que existe dentro da nossa gente, que nos permitiu dialogar com o mundo, fazendo muitas boas escolhas e colocarmo-nos em posição de permanente busca e diálogo. Não morreremos indignos e sem honra. Nunca mais. Mas é preciso continuar, aperfeiçoados.

Que saibam sondar os movimentos políticos e as suas verdadeiras intenções e cada comunidade seja formadora dos seus líderes. Que não faltem mecanismos simples e justos de depor os fracos ou falsos líderes que desviam os cidadãos dos destinos comuns. Que finalmente se conhece o valor de votar, o valor de uma cidadania autêntica.

E por isso, sabermos interpretar os sinais dos tempos. As crises cíclicas existem quando as coisas são feitas sempre da mesma forma. Devemos prever as situações que exigem mais de nós e sobrepor as dificuldades, unidos e sábios sem intolerâncias e sem desonestidades. Nos momentos difíceis devemos reconhecer e apagar os interesses particulares para a salvaguarda da essência que nos constitui.

Que cada povo se fortaleça e se proteja através da distribuição justa dos recursos disponíveis e não mais a conivência…e abominar e repelir as diversas formas de escravatura.

Que não se permita a mesma globalização em que alguns ganhem, comam o fruto proibido, deitando migalhas à maioria e deixando cair nos outros o peso da culpa. Esta Globalização não beneficiou a justiça, o equilíbrio e a autodeterminação dos povos.

Que os países pobres sejam esclarecidos e não troquem refrigerantes estrangeiros pelo mel das suas abelhas e aprendam o valor do seu oxigénio, seu ecossistema, sua cultura e o valor de certos dinheiros.

Por isso que nos demos ao trabalho. Que a febre do emprego não nos faça perder de vista o valor do trabalho, que é a única coisa que fortalece uma nação, fazendo-a crescer.

O conhecimento e o trabalho, são os melhores aliados para o progresso e o bem estar de um povo. O prazer e a dignidade do trabalho devem fazer parte do momento que vem.

Que os ricos e os pobres conheçam os seus direitos. Que haja ricos e haja pobres, que haja gente dos mais diferentes possível, mas que sejamos esclarecidos e capazes de negociar, dialogar e ultrapassar as dificuldades.

A solidariedade deve fazer parte da cultura que vem. Não a solidariedade mediática, como estratégia de Marketing, mas uma solidariedade verdadeira. Que vá do campo material ao espiritual, ao político, social, religioso etc.

Que saibamos finalmente lidar com o fruto proibido – A Natureza – Não podemos destruir o Homem, nosso semelhante, e o Ambiente que nos mantém vivos.

As guerras não vão acabar, os protestos mesquinhos para as guerras também não. Todavia, a paz vai nascer depois da guerra, dos problemas, nascem as soluções, das dificuldades a criatividade… É do desarrumar/baralhar das cartas que surgem hipóteses justas para que Se tenha uma mão forte para vencer a rodada.



1 COMENTÁRIO

  1. Muito bem Laurindo.
    Que todos os seres humanos leia o seu artigo.
    Nao vai agradar a todos,mas esses mesmo e que tem falta.
    Abraço.

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