Uma presidência afundada em imoralidades! 

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O Presidente da República arrebanhou um grupo de amigos para apoiar o regabofe que vem fazendo na presidência, convencido que estava acima de qualquer crítica. Uma vez ele disse ao Aristides Lima que todos aqueles que no PAICV o desafiaram tinham comido o pão que o diabo amassou.

O grupo de amigos tem produzido um chorrilho de disparates, alguns funcionam como bajuladores a tempo inteiro, tais como existe um estatuto de Primeira Dama. Como se as regras de praxis, simpatia, cortesia e até de alguma reverência e honraria públicas fossem leis da República que conferem direitos a cargos, privilégios e prerrogativas. Até já ouvimos esse argumento esdrúxulo: como foi proposto ao Governo criar o cargo de PD e até à data ainda não foi criado, significa que… já foi criado! É a tal… administração constitutiva, cria direitos (melhor seria dizer privilégios) à revelia da lei e dos órgão legislativos!

Durante 15 anos como Primeiro Ministro e líder de uma grande maioria parlamentar não viu, não sentiu e nem pressentiu a necessidade de um estatuto de Primeira Dama. Ainda em 2015 se insurgia contra essa pretensão. Chegado ao Palácio do Platô toma esse objetivo como missão da sua vida, urgente e inadiável. Durante 15 anos negou aos outros o que ele e a sua companheira marital se apressaram em poucos meses usufruir. Faz falta a coerência!

TEMOS UM SÉRIO PROBLEMA MORAL na Presidência da República, por várias razões, para além daquela acima referida. O PR acha normal pagar a sua “mulher a tempo inteiro” (como se houvesse mulher a tempo parcial) 310 contos mensais, porque era esse o salário que ela percebia no seu quadro na Telecom. É falso! E ele sabe que é falso! Mas supondo que era verdade, então se a Dra. Débora fosse quadro do Banco Mundial ou do FMI receberia 2 mil contos! Mas se fosse professora primária receberia apenas 50 contos. Fosse desempregada… nada! Ou seja, pagamos à mulher do Presidente não pelo trabalho que ela faz, mas pelo lugar de onde vem! Pagamos não pelo presente, mas pelo seu passado.

Mas degradação moral não fica por aqui: um Presidente que tem um salário muito acima de média nacional, tem ainda um subsídio pelo cargo de PM que exerceu, tem uma bela casa que arrendou para ir morar numa casa do Estado, que paga sua companheira 310 contos por mês… reembolsa à mesma companheira uma fatura de 370$00 de café e um sumo consumidos numa esplanada? Reembolsa fatura de 700$00, de 1400$00? Não sente vergonha? Não se sente mal? Fazer-se pagar por estas miudezas, por estas coisinhas mesmo com rendimentos milionários, mostra a baixeza moral, a miséria espiritual, a mesquinhez e até a avidez em engolir recursos do Estado. Com cara muito séria pede contenção nos gastos públicos e arrebanha tudo o que consegue dos cofes do Estado, até tostões! O Presidente devia sentir vergonha! E a Débora também! O cargo de Presidente exige um certo despreendimento material e financeiro que este Presidente não tem, nem de longe e nem de perto.

E é pena! Cabo Verde merece melhor!



1 COMENTÁRIO

  1. Perante tudo que ja ouvi e já li, acho que o actual não Presidente, não vai ter coragem de se apresentar para um segundo mandato.

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