Volume de negócios da Electra cresce quase 15% no último trimestre de 2022

Números apontam para um volume de negócios na ordem dos 3.535.865 mil Escudos

A Electra está a recuperar a saúde financeira, conforme atesta o relatório trimestral de desempenho do Setor Empresarial do Estado, SEE, produzido pelo Ministério das Finanças e do Fomento Empresarial.

O documento refere que no último trimestre de 2022, o volume de negócios da Electra cresceu 14,9%, ou seja, mais 458.382 mil Escudos. Uma situação devida, em grande parte, graças ao aumento das vendas de atacado de eletricidade (+16,7%) e de água (+26,2%).

A riqueza criada pela Empresa nos últimos 3 meses de 2022, situou-se nos 439.847 mil Escudos positivos.

“Constatou-se um aumento de 356,5%, que em termos absolutos representa 343.495 mil Escudos positivos, justificado, essencialmente, pela compensação das vendas nas associadas resultante do aumento da tarifa e da subvenção recebida do Estado”, indica o relatório.

O relatório do SEE, observa que a Electra continua “muito afetada” pela crise energética e pelos preços dos combustíveis, registando uma evolução média de 63,2%, face ao trimestre homólogo e -6,0% em relação ao trimestre anterior, não acompanhada pela atualização tarifária.

Em relação ao EBITDA (sigla em Inglês para “lucros antes de juros, impostos, depreciação e amortização”), o relatório indica que no 4.º trimestre de 2022 foi de 328.579 mil Escudos positivos.

Comparativamente ao mesmo período do ano anterior, a empresa registrou um aumento de 17,7%, o que em termos absolutos representa 49.401 mil de Escudos Cabo-verdianos, justificado pelo efeito do aumento do Valor Acrescentado Bruto, VAB.

O EBIT (lucro antes dos juros e impostos) da empresa foi de 135.110 milhões de Escudos positivos em 2022, registrando um incremento de 424,0%, face ao período homólogo, o que em termos absolutos representa 109.327 mil Escudos, justificado pelo efeito conjugado do aumento do EBITDA e da redução da rubrica gastos de depreciação e amortização em 32,4%.

O relatório indica que o resultado líquido da Electra foi positivo em 5.603 milhões (+106,9%), justificado pela incorporação dos resultados das participadas Electra Norte (resultado líquido positivo em 219.638 mECV) e Electra Sul (resultado líquido negativo em 168.821 mECV) por via do MEP, sem reconhecimento das imparidades.

Relativamente ao balanço, o documento indica ter-se registado um aumento do ativo em 5,0% comparativamente ao período anterior, sendo que o ativo não corrente registou uma redução em 4,0%, justificado, basicamente, pelo efeito das depreciações e amortizações, uma vez que não se verificou investimentos relevantes neste período.

O ativo corrente da Electra, segundo o relatório 2022, aumentou em 21,0% com destaque na rubrica clientes entre as outras operações e o passivo não corrente registou um ligeiro aumento (+2,5%), relacionado com aumento das provisões para riscos, encargos e financiamento obtido da banca.

Em contrapartida, indica o relatório, o passivo corrente cresceu em 18,9%, comparativamente ao período homólogo, com ênfase nas rubricas fornecedores (61,0%), empréstimos de curto prazo (47,2%), Estado e outros entes públicos (19,2%).

“No que tange ao capital próprio, verificou-se uma diminuição de 15,4%, comparativamente ao período homólogo, justificado pelo reconhecimento dos prejuízos de 2021 nos resultados transitados e incorporação dos resultados negativos do exercício de 2022”, lê-se no documento.

Os rácios de liquidez, conforme o relatório, não atingiram o valor mínimo exigido, encontrando-se abaixo da unidade, o que significa que a empresa teve dificuldades no cumprimento das suas obrigações de curto, médio e longo prazo.

O indicador de liquidez corrente, salienta, registou um aumento de 2%, face ao período homólogo, tendo a empresa a nível de risco no 4.º trimestre de 2022 mantido a sua avaliação de “very high risk”, fazendo parte do leque de empresas que representam maior risco fiscal, com probabilidade de uma intervenção futura por parte do Estado.