Votar tornou-se num ato tão normal “como respirar” em Cabo Verde

O Presidente da República, Jorge Carlos Fonseca, afirma que o País é “uma referência” na democracia internacional e que ir às urnas, como as eleições Autárquicas de hoje, tornou-se num ato tão normal “como o de respirar”

Em declarações aos jornalistas, após votar numa das assembleias de voto da cidade da Praia, o chefe de Estado recordou que Cabo Verde já realizou seis eleições Presidenciais e seis legislativas, sendo hoje o dia das oitavas eleições municipais, sublinhando que isso é já “um sinal de experiência e de maturidade democrática” do País.

“Todas as eleições marcadas por perfeita normalidade, por demonstração de civismo dos Cabo-verdianos, o que revela que somos um povo já maduro, uma democracia cada vez mais alargada e sólida”, assumiu o Presidente.

Apesar de “algumas insuficiências”, que também se verificaram no arranque do dia eleitoral de hoje, nomeadamente com atrasos generalizados na abertura de mesas de voto, Jorge Carlos Fonseca afirmou que Cabo Verde “é uma referência de democracia” e “de construção de um Estado de direito democrático” no plano internacional. “Tanto assim é que, como nós todos desejamos, estas eleições processam-se com normalidade. É um ato normal, quase como o de respirar”, disse, assumindo a certeza que a votação de hoje vai decorrer num “ambiente de civismo, de paz e de tranquilidade”.

As mesas de voto para as oitavas eleições municipais abriram hoje às 7h00, embora algumas com atraso devido a questões logísticas, e encerram às 18:30.

Jorge Carlos Fonseca destacou a “experiência ímpar que Cabo Verde está a viver, ao realizar estas eleições municipais em plena pandemia de Covid-19, com várias limitações e obrigações impostas aos cidadãos, aos eleitores e aos candidatos, desde logo na campanha eleitoral que decorreu de 08 a 23 de outubro.

“Mas o decisivo é que fizemos uma campanha eleitoral em termos completamente novos e ela decorreu, no essencial, com paixão, críticas, disputas. E essa campanha já se fez”, apontou o Presidente, embora reconhecendo que houve “violação de regras sanitárias” durante esse processo.

Apesar de admitir o “risco de menor participação” dos eleitores na votação de hoje, devido ao contexto da pandemia, Jorge Carlos Fonseca diz confiar na “inteligência do povo Cabo-verdiano”.

Para o chefe de Estado, mesmo comparando a realidade eleitoral de Cabo Verde com “democracias reconhecidas”, os Cabo-verdianos devem se sentir “satisfeitos”, apesar das limitações que ainda existem. “O essencial é que o processo decorra bem e que os Cabo-verdianos, nos diferentes municípios, exprimam livremente o seu sentir e manifestem as suas opções”, atirou.