Vulcão nas Canárias intensificou atividade e tem novas fissuras

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Esta nova fase da erupção obrigou 6.000 pessoas a saírem, devido ao avanço da lava sobre os edifícios, infraestruturas e culturas agrícolas

O vulcão da Ilha La Palma, nas Canárias, intensificou sua atividade desde sexta-feira, com desaceleração noturna e recuperação das emissões no sábado de manhã.

Ontem surgiram novas bocas ao longo da fissura e a rutura parcial do cone, embora seja uma evolução típica das erupções vulcânicas, como as que ocorrem nas Ilhas Canárias, segundo os especialistas.

Esta nova fase da erupção, que desde o passado domingo afeta a Ilha de La Palma, obrigou 6.000 pessoas a saírem, devido ao avanço da lava sobre os edifícios, infraestruturas e culturas agrícolas, a caminho do mar, traduzindo-se em mais emissões de material incandescente, que se acumula.

A lava, que percorreu cerca de 3.100 metros e a cerca de 2.100 metros do mar, está mais quente e, portanto, mais fluida, pois provém de partes mais internas da caldeira vulcânica, conforme explicou o Diretor técnico do Plano de Proteção Especial Civil e Pronto Atendimento de Risco Vulcânico (Pevolca), Miguel Ángel Morcuende.

A nova lava avançou primeiro a cerca de 80 metros por hora, mas à medida que se afasta da fonte diminui de velocidade e talvez deslize agora a cerca de 30 metros por hora, de acordo com os cálculos.

O Diretor do Pevolca explicou que a sismicidade está em níveis baixos, embora os movimentos telúricos podem chegar à magnitude 4, e lembrou que todos os terremotos registados estão ligados ao processo vulcânico que atinge a Ilha.

O National Geographic Institute detetou três terramotos de magnitude superior a 2,2 desde o meio-dia de sexta-feira e informou que o tremor vulcânico atingiu os valores mais altos nas últimas 24 horas, enquanto a estabilidade nas deformações do solo é mantida.

A qualidade do ar é boa e as medições estão em andamento, enquanto a possibilidade de chuva ácida foi descartada.

Apesar disso, as autoridades de Saúde do Governo Autónomo das Ilhas Canárias apelaram à população para que evite atividades recreativas e desportivas ao ar livre.

Na verdade, as cinzas vulcânicas podem causar problemas nos brônquios, pulmões e nos olhos, por isso quem a manipula deve usar uma máscara tipo FFP2 e óculos de proteção, aconselhou o Diretor do Pevolca.