A educação e o mercado de trabalho no Séc. XXI

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Há uma célebre frase de Nelson Mandela que preconiza que a “Educação é a chave que abre todas as portas”. A frase é profunda uma vez que a educação não abre somente as portas para os indivíduos, e, sim, também para uma nação inteira. Com vista nisso, as nações têm que decidir que educação queremos e aliado ao perfil profissional necessário.

O século XXI trouxe mudanças enormes na forma como as escolas agem e para quê agem. Se voltarmos no tempo, talvez no século XX, poderíamos dizer, com certeza, que um jovem que estuda um certo curso poderia trabalhar numa específica área de formação logo depois de terminar o curso.

Porém, hoje, não podemos ter essa certeza. Hoje, qualquer estudante universitário não tem essa certeza de o que o futuro reserva. A titulo de exemplo, quem estuda ciências da educação, filosofia e demais cursos não sabe se vai trabalhar na sua área de formação.

A razão para estas afirmações é o progresso que as tecnologias estão a granjear e que agudiza cada vez mais com a criação e implementação da inteligência artificial em todos os sectores do mercado de trabalho. Quando põe-se ênfase na inteligência artificial é porque há uma diferença entre as invenções tecnológicas antes e depois da Inteligência Artificial. A invenção e uso das Inteligências Artificiais vai mudar o que devemos aprender e como aplicá-las.

Então, é relevante apontar como é que o uso das I.A nas tecnologias difere das outras três revoluções, principalmente da primeira, e como afetará o mercado de trabalho. A primeira revolução, a revolução industrial, trazia os mesmos medos: a perda de postos de trabalho. Houve perda de postos de trabalho seguido de uma mudança no perfil dos trabalhos executados pelos humanos. A revolução substituiu o homem na sua performance física e deixando os trabalhos que exigem o cognitivo para ser executado pelos humanos.

Contrariamente, e de forma mais contundente, a quarta revolução, vai substituir o ser humano na sua performance cognitiva. O que antes era uma faculdade somente humana, passará a ser executada por máquinas com mais eficiência e eficácia.

É necessário adaptar o currículo escolar aos desafios do futuro. Lembrando que o currículo existente tem falhado em muitos pontos e que termos jovens preparados para o futuro, onde as tecnologias evoluem a velocidade da luz, tornando tudo obsoleto em pouco tempo, devemos melhorar o que é aprendido hoje.

Por esses motivos, é necessário definir qual é a educação que queremos para a segunda metade do século XXI. Queremos uma educação onde o ser humano não consegue entrar, permanecer e melhorar a sua performance no mercado de trabalho, ou, de outro modo, uma educação em que o indivíduo pode desempenhar funções diversas e estar preparado para fazer upgrades constantes sendo útil para a sociedade.