A quem servem os órgãos públicos de comunicação social?

Numa altura em que muito se tem falado sobre a liberdade de imprensa em Cabo Verde, com o Paicv a fazer cavalo de batalha sobre um código de ética para a RTC, e com a generalidade dos órgãos a crucificar a governação do MpD, é legitimo questionar a quem os órgãos públicos de comunicação social estão a servir.

Se o interesse público ou se interesses partidários.

Ora, esta pergunta ganha maior expressão quando a televisão e rádio nacionais, TCV e RCV, deixam, não se sabe porque razão, de transmitir, em direto e ao vivo, grandes momentos da vida da nação.

Apenas dois exemplos e ambos com forte repercussão na dinâmica da vida do país, não fosse a situação caótica, agonizante e sem qualquer perspetiva de melhoria, a que os dois setores se encontravam em 2016, quando o MpD venceu as eleições: estamos a falar do ato de assinatura do contrato de concessão dos transportes marítimos de cargas e passageiros, efetivado a 15 de fevereiro, e o ato de privatização da TACV, ocorrido sexta-feira, dia 1 de março.

Ora, estes dois momentos significativos para a vida do país não mereciam uma transmissão em direto e especial pelo menos dos órgãos público? Convenhamos que sim!

Ou por exemplo, no sábado, a rádio tem o programa Espaço Público, no qual os ouvintes têm a oportunidade de opinar sobre um grande tema que marcou a semana. Na semana que a Cabo Verde Airlines é privatizada, a rádio decide debater…. a justica! Onde está o interesse público? Se nessa semana fosse preso um Boeing, a rádio também estaria a debater a justiça?

Há muito que a TCV e a RCV deixaram de estar atentas a estes grandes momentos da vida de Cabo Verde e sendo órgãos públicos deviam lá estar a fazer o serviço público, informando com zelo a opinião pública cabo-verdiana.

Espero que ninguém nos venha crucificar com esta nossa observação ou nos venha acusar de estar a interferir na vida editorial dos referidos órgãos.

Ou será que a RCV e a TCV deixaram de ser órgãos públicos e não demos conta?

Cabo Verde precisa de uma imprensa livre, atuante mas precisa também de órgãos que sirvam os interesses e a vida da nação e não interesses de grupinhos.



2 COMENTÁRIOS

  1. 1- Ulisses deixou claro no inicio que não ia gastar o dinheiro do Estado em propaganda e nem FARRA com os jornalistas (consequência ataque gratuito,ou simplesmente ignorar o interesse de CV)

    2- se o paicv INFESTOU toda a máquina do Estado com camaradas, e pesoas sem coluna vertebral, PESTAR todos aqueles que não se rendiam, na RTC seria diferente? dai acho legitimo a defeza do paicv cerrada à SUA RTC!

    3- a RTC e a esmagadora maioria da comunicação social estão a fazer o seu papel de OPOSIÇÃO, quando devia estar à procura da VERDADE e de IFORMAR COM RIGOR!

    4- Talvêz o pecado mais grave de Ulisses foi SECAR ALGUMA CORRENTE DE DINHEIRO INVESIVEL?

    5- O MPD teima em não escolher jornalistas da RTC para candidatos politicos! isso para a ética do paicv, da rtc,da erc e a ajoc não pode ser!

    6- O prazer de ver o MPD e o seu Governo a pôr Cabo Verde no caminho de desenvolvimento é grande, e ainda maior fica com estes ataques rasteiras, e omições ESTRATÉGICAS dos ganhos do PAÍS! os MANIPULADORES DA OPINIÃO PUBLICA SÃO MUITOS, mas a população que vai julgar este governo é MAIOR!

    7- LIBERTAR A RTC DE TODOS CABO-VERDIANOS EXIGE-SE A QUALQUER GOVERNO/PARTIDO DEMOCRÁTICO, MESMO QUE O PREÇO A PAGAR É ENORME!!!

  2. Bastaria rever essas questões com as chefias desses órgãos, de todos os níveis para a sintonia necessária em nome do bom jornalismo ou, varrer essas mesmas chefias que não se coadunam com os melhores valores e práticas de uma comunicação social saudável. Seria um pequeno grande passo! Teríamos um novo quadro!

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