Direito de Resposta da Agência Inforpress

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Assunto: Pedido de direito de resposta: editorial publicada no dia 12 de Abril com o título “Agência Inforpress lança pânico, medo e desconfiança sobre Covid-19”

No dia 12 de Abril o jornal online Opais.cv publicou no seu site uma editorial intitulada “Inforpress lança pânico, medo e desconfiança sobre a Covid-19 em Cabo Verde”. No corpo desse editorial  escreve que “Agência pública de notícias deturpou, não se sabe a troco de quê, informação sobre as projecções de casos de Covid-19, em Cabo Verde”, e a mais à frente refere que “A Agência de Notícias, não se sabe com que intenções, passou por cima do termo projeção, e espalhou o estudo como se uma realidade fosse. A sua “notícia” sobre a projecção acabou por lançar pânico, medo e desconfiança”.

Ora o argumento do jornal para fazer tal acusação é de que a Inforpress produziu uma informação “bombástica e errada” é de que “a projeção apresentada na última sexta-feira, 10, nota-se bem, projeção, aponta que, caso as autoridades nacionais nada fizessem, poderíamos chegar a ter perto de 40 mil casos e, pelo menos, 430 mortes, no horizonte de julho”. Segue o link da publicação (https://opais.cv/agencia-inforpress-lanca-panico-medoe-desconfianca-sobre-covid-19/12/04/2020) e a cópia imprimida em anexo.

Vamos aos factos: A notícia da Inforpress já no título  deixa bem claro que de projecções se tratavam e ao longo do texto se refere de forma expressa e sempre às projecções. Portanto o Opais.cv não pode dizer que a Inforpress não informou em como se tratavam de projecções. No texto publicado pela Inforpress em 10 de Abril de 2020; às 13:50, as expressões “projecção” ou “projecções” é utilizadoem pelo menos três ocasiões, inclusive no título da notícia.

O estudo, que foi apresentado aos jornalistas num encontro e foi publicado na página do Ministério da Saúde, fala de duas projecções sendo, um num cenário sem medidas e outro num cenário com medidas e apresenta ainda várias outras projecções nos cenários com o cumprimento da quarentena a vários níveis (30, 40, 50, 70%), como de resto se pode ler no texto da Inforpress cujo link aqui se encontra https://www.inforpress.cv/covid-19  projeccoes-apontam-para-cerca-de-39-mil-casos-e-430-mortes-em-cabo-verde-ate-julho/ e estando a notícia impressa em anexo.

A Inforpress destacou a projecção, que nas palavras do senhor consultor, José Augusto Fernandes, se aproxima de contexto actual de Cabo Verde e que foi feita com base nos dados fornecidos pela Direcção Nacional de Saúde até 08 de Abril.

O primeiro cenário, sem medidas, aponta que Cabo Verde registaria no período de 27 dias após pandemia 165.501 casos confirmados e 1.821 mortes. Isto num cenário sem medidas. É o que está no estudo e foi dito pelo apresentador do estudo e pode ser confirmado.

“Segundo José Augusto Fernandes, num cenário sem nenhuma medida o País registaria, em 27 dias, isto desde início da pandemia até hoje, 165.501 infectados e 1.821 mortes, sendo que durante o pico, num só dia morreriam 348 pessoas.”, lê-se na peça da Inforpress.

Na apresentação, podemos constatar:

A projecção que aponta para 38.961 casos e cerca de 430 mortes refere ao cenário com medida e com 74,1% da população em casa, como o país se encontra e é por isso que o consultor defende o alargamento do estado de emergência.

“Covid-19: Projecções apontam para 39 mil casos e 430 mortes em Cabo Verde até Julho

Cidade da Praia, 10 Abr (Inforpress) – O modelo epidemiológico sobre a covid-19 em Cabo Verde, apresentado hoje, na Cidade da Praia, indica que nos próximos quatros meses o País vai registar cerca de 38.961 mil casos de infecção pelo novo coronavírus e cerca de 430 mortes.

O autor do estudo encomendado pelo Ministério da Saúde, o matemático José Augusto Fernandes, explicou que esta projecção foi feita com base num cenário real, isto é, com base nos dados fornecidos desde o início da pandemia em Cabo Verde, 19 Março, e tendo o País em quarentena assim como se encontra neste momento, com a implementação das medidas de restrições e com 74,1% da população em casa.

“Fizemos uma análise de confiança estatística e dissemos é bom inferir para a população (556.000) deu-nos 38 mil e fomos buscar o cenário que mais se próxima a infecção máxima e buscamos 74,1%. E fizemos as previsões todas baseadas nessa curva de previsão”, acrescentou.”, lê-se na Inforpress.

No estudo, podemos verificar:

Pelo exposto, apensa podemos concluir que a Inforpress cumpriu o seu dever de prestar informação com isenção, rigor e exatidão e que quem deturpou os dados e divulgou informação errada, descontextualizou a informação não foi certamente a Inforpress. Se assim fosse, a contestação devia partir do Ministério da Saúde e da Segurança Social, da Direcção Nacional da Saúde ou do próprio autor do estudo, o que até ao momento não ocorreu.

Ademais esta linha de enfoque foi seguida por vários órgãos de Informação como é caso da Rádio de Cabo Verde (RCV), da TCV, da RDAfrica, da Record Cabo Verde e da RTP África, que participaram no encontro ao contrário de Opais.cv e do Noticias do Norte.

Na verdade, o Opais se apossou de um extracto minúsculo da apresentação do estudo, passado pela TCV, e descontextualizou, com o único propósito de atentar contra o bom nome e a credibilidade da Inforpress.

Ora, o estudo foi encomendado pelo Ministério da Saúde e Segurança Social não com o propósito de avaliar as medidas tomadas, mas sim para fornecer os dados e informações para a planificação.

Se a notícia provocou medo e pânico nas pessoas consideremos que a culpa não foi da Inforpress, que se limitou a relatar as conclusões do estudo.

O Ministério da Saúde através da Direcção Nacional da Saúde chamou os jornalistas, apresentou as projecções, deu os pormenores e colocou o estudo na sua página na internet. Em nenhum momento do encontro foi pedido aos jornalistas que não divulgassem os números tanto é, que praticamente todos os órgãos que estiveram no encontro apresentaram as projecções.

 

Praia, aos 13 de Abril de 2020.
Dulceneia Ramos
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Directora de Informação da Inforpress


1 COMENTÁRIO

  1. Os ‘esclarecimentos’ da agência são imprecisos cheios de clichés. Parece muito a desculpa de políticos corruptos. Quando pegos pela justiça, é ameaça à democracia ou condicionamento da liberdade de imprensa.

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