Amílcar Cabral, a “democracia nacional revolucionária” e a questão da caboverdianidade

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Não percebo como é que espíritos (supostamente) LIBERAIS conseguem elogiar, celebrar ou admirar Amílcar Cabral.

Sinceramente. É uma contradição insuperável.

A malta é pouco dada à reflexão.

Deixa-se levar pelos mitos, clichés ideológicos e preconceitos.

Li meticulosamente, desde há vários anos, a obra escrita cabraliana, confrontando-a, de resto, com a necessária literatura especializada, sobretudo da área de Filosofia Política.

Já escrevi bastante sobre isso, nos livros que entretanto publiquei.

Em resumo, ele defendia essencialmente o seguinte:

– DITADURA do partido único.

– Economia “fechada” e estatizada.

– Existência de uma vanguarda cultural à moda soviética.

– Supressão das liberdades, da descentralização e do pluralismo.

Como se pode facilmente aquilatar, foi essa, ipsis verbis, a base teórica da I República em Cabo Verde (1975-1990), de autoproclamada “democracia nacional revolucionária”.

Um regime claramente tirânico.

O que é que isso, minha gente, tem de admirável?

Ademais, segundo a Dra. Dulce Almada Duarte, uma senhora muito culta, insuspeita, bem formada e que foi uma fiel e muito próxima colaboradora de Amílcar Cabral, este NUNCA SE ASSUMIA COMO CABO-VERDIANO.

A importantíssima referência de Dulce Duarte faz parte de uma aclamada tese de doutoramento.

Como é que o homem pode ser, ainda assim, idolatrado como…”fundador da nacionalidade cabo-verdiana”?!

Isso é ciência ou fanatismo?