PAICV definitivamente não consegue libertar-se do partido força dirigente do Estado e da Sociedade, esquecendo-se, assim, definitivamente, que o mundo está como está hoje, condenado a arder na fogueira por causa da intolerância e dos conflitos identitários, do radicalismo religioso e da cegueira ideológica.
O PAICV pode ter razões mil para confundir Amílcar Cabral com um deus, criador do que quer que seja, de ideologias e milícias.
Todos aqueles que querem acreditar num Amílcar Cabral endeusado, podem acreditar à vontade, mas não nos imponham e nem tentem nos impor as vossas ideias, crenças ou convicções.
Obviamente que ninguém tem dúvidas sobre o valor ou papel de Amílcar Cabral para a nossa história, para o nosso povo e para nossa independência. Mas não podemos obrigar a ninguém ou a nenhum partido, por exemplo, que concorde com as ideias de Amílcar Cabral sobre a Unidade Guiné-Cabo Verde ou que vote, cegamente, sobre a comemoração do centenário em homenagem à esta figura incontornável da nossa história.
Sejamos tolerantes e pratiquemos a tolerância salvando a humanidade e a nossa democracia.
Senhor Roque Silva. Esperava mais argumentos. Por exemplo : Amílcar Cabral era ou não era a favor do partido ou seja da ditadura, que os seus seguidores chamaram democracia nacional revolucionária ? Foi Amílcar Cabral que inspirou a reforma agrária na forma como foi aplicada em Cabo Verde perseguindo os proprietários ? Amílcar Cabral era ou não a fábrica da perseguição dos adversários políticos e da tortura ? O que pensa o filho de um proprietário que viu as suas terras serem entregues a outros e sem indemnização e que morreu de desgosto acerca do centenário de Amílcar Cabral ?E os que foram presos por não concordar com a Unidade Guiné Cabo Verde ?
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