As incoerências do putativo candidato

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José Maria Neves deixou de lado postura de um estadista e preferiu linguagem partidarizada para ajudar o PAIGC. Pediu respeito a Cabo Verde, mas faltou ao respeito com a Guiné-Bissau

Na sequência das declarações do político Bissau-guinense, Umaro Sissoko Embaló, de que “o PAIGC é o cancro da Guiné-Bissau”, neste editorial, destacamos as inacreditáveis e graves incoerências do antigo primeiro-ministro, José Maria Neves, cujas responsabilidades acrescidas, não são de todo compatíveis com tais contradições.

Ora, o cidadão e putativo candidato presidencial em 2021, JMN, teceu duras críticas às afirmações do candidato à presidência da Guiné-Bissau, Umaro Sissoko Embaló, que dias antes visitou a Cidade da Praia, no quadro da sua campanha presidencial.

JMN que não gostou das declarações de Umaro Sissoko Embaló, por este considerar o PAIGC “um cancro, que deve ser extirpado, e o eixo do mal”, alegou que o político Bissau-guineense fez ingerências inaceitáveis nos assuntos internos de Cabo Verde por também ter considerado o PAICV um “eixo do mal”. Considerou que as autoridades nacionais devem exigir um pedido de desculpas a Sissoko.

Paradoxalmente, este posicionamento do putativo candidato JNN tem causado, a nível interno, uma ampla indignação social, por muitos considerarem que quem deve, sim, pedir desculpas é o próprio JMN, por graves ingerências e desrespeito à nação Guineense, conforme atesta o vídeo que ilustra este editorial.

O post de JMN é, em si, um desrespeito à Guiné-Bissau.

JMN que não se inibe de apoiar o candidato do PAIGC, com comentários pouco abonatórios a um dos candidatos, por sinal, Presidente da República à entrada para as eleições de ontem, acha-se no dever moral de apontar caminhos, sugerir pedidos de desculpas quando ele próprio comete atropelos? JMN foi até mais longe que Sissoko.

Durante um encontro com apoiantes do candidato do PAIGC, na Cidade Praia, ele próprio acusou o Presidente José Mário Vaz de “inventar faltas” para poder dar cartão vermelho. Foi mais longe ao considerar que a Guiné-Bissau deve ter um “Presidente a sério”. Com isto, JMN imiscui grosseiramente em assuntos internos de um outros País.

Na vida como na política, não vale tudo. Quem quer o respeito, deve dar-se ao respeito.

OPAÍS.cv



1 COMENTÁRIO

  1. Estão a dar muita bola a este brejeiro, quando deveriam inquiri-lo sobre o seu papel nas agora declaradas inconsistentes contas do Fundo do Ambiente. É que, recorrentemente, vocês deixam o JMN a sair incólume das responsabilidades políticas e não só, enquanto ex-PM durante os últimos 15 anos para preferir a patetices dele enquanto cidadão com aspirações a PR.

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