As raizes da não reforma

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Eles condicionam o comportamento dos adversários e procuram quebrar a coragem e a determinação dos mesmos, para poderem ficar a gerir no silêncio, na retaguarda e de forma invisível, o país.

Mesmo estando na oposição, quem domina o sistema em Cabo Verde é o Paicv e seus satélites.

O Paicv é um partido que não precisa de uma liderança lúcida para funcionar. Já repeti isso várias vezes. O Paicv é um partido um pouco inorgânico. Tem a vantagem de não necessitar de um comando, para se marcar presença. Os seus militantes estão espalhados e infiltrados em tudo o que é canto e instituições. Podem é metamorfosiar as suas cores, as suas bandeiras, com a intenção de ludibriar e enganar os chefes.

A convicção dos militantes do Paicv é quase talibânico! Aonde eles estiverem só pensam em sabotar o trabalho dos adversários e ajudarem o seu partido. Nunca abandonaram os velhos esquemas e procedimentos dos antigos partidos do marxismo-leninismo!
Através das suas gentes, esse partido domina quase tudo em Cabo Verde. É que dominam mesmo!

Dominam a Administração Pública, a Justiça, a Comunicação Social do Estado, os organismos autônomos, as associações internas e das comunidades, a Polícia Nacional, a Polícia Judiciária, a Imprensa, quase todas as representações diplomáticas, os sindicatos, têm uma enorme influência na classe dos professores e jornalistas, a AJOC, os diplomatas, os rabidantes, enfim, dominam organicamente a sociedade e têm ainda a vantagem de ter um domínio intoxicante e uma assombração ideológica forte sobre os segmentos substanciais da sociedade e sobretudo dominam uma significativa franja de quadros.

O Paicv domina de facto o sistema e o país! É um domínio real e com consequências! Com esta realidade viva e dinâmica, se podia questionar qual seria o espaço ocupado pelo actual Governo? Ou, ironicamente, pergunto, qual será a verdadeira jurisdição política do MPD, enquanto poder e governação do país?

Qualquer governo com este quadro político-administrativo, não pode e não consegue entrar no sistema e gerir o que quer que seja. Sobretudo se um governo se convencer que não pode fazer alterações e mudanças no sistema que encontrou. A situação não é fácil, mas é de uma tristeza infinita. E de quase impotência e frustação.

Devo dizer que, nessas circunstâncias, a tarefa do MPD não pode ser fácil. As fronteiras de betão estão aí fincadas e blindadas! É real!

Porém, se as reformas tivessem sido iniciadas em 2016, se a determinação de reformas fossem enérgicas e a visão fosse clara e estabelecesse metas e objetivos, o caminho hoje percorrido podia sinalar progressos significativos.

Não se deu importância aos nossos muros de Berlim na nossa Administração! Elas existem e estão aí vivas mais do que nunca.

Sem reformas do que se encontrou, do sistema herdado em 2016, nada será feito e o governo pode governar, mas mais na superestrutura e não na infraestrutura do poder. Muito que se podia realizar não será feito e o travão do Paicv será sentido e presente em todos os níveis e durante os mandatos dos governos do MPD.

Desta forma, os sucessos da governação do MPD serão reduzidos e quebrados a metade.
Esta que é a verdade, “verdadeira”.! A verdade que não se pode denunciar ou ser dita.



4 COMENTÁRIOS

  1. Tudo isso acontece, por que o partido preocupa se e muito com as suas bases e em todas as circunstâncias sentem se protegidos pelo sistema PAICV. A escola repetir mentiras milhares de vezes para se tornar verdade fez escola e com apoio da comunicação social estatal onde dão cartas causam toda a instabilidade. Vejam as nomeações e os salários ganhos pelos militantes e simpatizantes do partido de 2001 a 2016. Na oposição são estes beneficiários que abrem os cordões à bolsa para financiar tudo que vise desmoralizar seja o que for que cheira a MPD. Quem financia certos jornais “ on line “ ? Quem compra as informações, que estes jornais publicam ? Quem contrata perfis falsos no Facebook para atacar o Governo ? Perante isso, o MPD em vez de gritar “ às armas militantes e simpatizantes “ continua a não incentivar as suas bases para o combate político. Em 2016, houve uma rejeição do PAICV, em 2026 isso irá acontecer. As vozes discordantes do MPD que chegam até nós apenas prova que a Direcção do MPD está fechada num casulo. Caso contrário, no Facebook apareceriam milhares de militantes a contrariar com argumentos as investidas dos “ contratados do PAICV apara denegrir o Governo “ com argumentos e de imediato passar ao contra ataque. Ainda vamos a tempo. Mas, para isso, o MPD tem de fazer uma reconciliação com os seus quadros e tocar a reunir.

  2. Isso que foi escrito pelo Maika é uma verdade, mas não é uma novidade: a natureza marxista leninista faz do Paicv uma instituição que não consegue viver num ambiente que não seja aquele que controla e domina. Torna-se numa coisa intragável, sem alma, e rabugenta. E nesta altura com a liderança sem líder formalmente desde 2021, o Paicv tem transferido a sua ação política fora do parlamento para a responsabilidade dos satélites: em SV está a cargo do Movimento do Maurino e Lídio Silva: do Socols: na praia as duas metades duma laranja que é o Untcs… pois esta organização está dividida em 2…que não se entendem…. para não se dizer que ainda na Praia vão contando com a ajudinha do PR. Quando é assim o barulho é maior… ainda bem que o governo vai fazendo que é surdo, fazendo valer o seu programa em tempos de crise. O Paicv está mais chato que a chatice..só que a Nação precisa duma oposição responsável.

  3. A corja do partido/estado, funcionam assim porque a nossa democracia e parte da sociedade Cabo-verdiano não querem haja instituições fortes em cabo verde que combata vícios e práticas nocivos a todos nós tais como capturarem instituições do estado não vou aqui dizer nomes porque são quase todas, esses infiltrados do partido/estado, nem pudor têm, um cabo-verdiano que se diz ser patriota e que gosta do seu país, jamais aceitaria, conspurcar, ou fazer trabalhos sujos, em prol de que partido seja, o nosso primeiro partido é cabo verde, e todos os cabo-verdianos, temos obrigação moral de termos sempre presente que o desenvolvimento do nosso país ele só é possível com instituições e eleitos democraticamente sérios, cumpra e faça cumprir as leis e Constituição da República de Cabo Verde, assim poderemos avançar com firmeza rumo ao desenvolvimento para a melhoria das de vida de todos e de todas os cabo-verdianos, deixemos que as instituições funcionem, sem que haja tentações da interferência nas esferas de poder,(Legislativo,Executivo,Presidência), é assim que deve funcionar nas democracias maduras, a nossa ainda é muito incipiente e imatura, talvez ainda vamos precisar de pelo menos mais 20 ou 30 anos para nos amadurecermos democraticamente a nossa sociedade, por mais que se diga que nós somos um exemplo da democracia no continente africano, eu diria que num certo contexto sim, porque há alternância politica e não tem havido desordem social e a aceitação dos resultados das eleições.

  4. Maika, essa é especialmente para ti. Sei que gostas muito do JMN e, portanto, isto vai melhorar o teu dia. UCS na ilha do Sal para apresentar o Plano de Retoma Económica pós-Covid19 no valor de mais de 120 milhões de Euros para o sector privado nacional e, também, fazer a apresentação do Plano Operacional do Turismo (POT). Para a surpresa de ninguém, também está no Sal, no mesmo dia e hora para (…) visitar os quartéis JMN em pessoa. Tu que tens batido na tecla de um JMN basofo. Eu, cá comigo, tenho que por certo e acho que o problema do JMN é outro. Ciúmes!

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