CEDEAO alerta para “tendência perigosa” de contágio dos golpes de Estado

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O Presidente da organização da África Ocidental alertou hoje para uma “tendência perigosa” de “contágio” de golpes de Estado em África, após uma tentativa falhada na Guiné-Bissau há dois dias e quatro bem-sucedidos desde agosto de 2020

No seu discurso na abertura da cimeira extraordinária dos líderes da Comunidade Económica dos Estados da África Ocidental (CEDEAO), que se realiza hoje em Acra, o chefe de Estado do Gana, Nana Akufo-Addo, afirmou que a reunião “incidirá sobre as ameaças emergentes na (…) região, decorrentes da interferência militar no Mali, e que o contágio está a influenciar a Guiné [Conacri] e o Burkina Faso”.

O líder Ganês e Presidente rotativo da CEDEAO recordou a tentativa falhada de golpe de Estado na Guiné-Bissau, na passada terça-feira, e aplaudiu o Presidente daquele País, Umaro Sissoco Embaló, “por manter as instituições democráticas da República”.

Akufo-Addo alertou que esta é uma “tendência perigosa”, que deve ser enfrentada “coletiva e resolutamente, antes de varrer toda a região”, depois de o Mali ter sofrido dois golpes de Estado desde agosto de 2020, de ter ocorrido um outro na Guiné-Conacri (em setembro de 2021) e mais um no Burkina Faso, a 24 de janeiro.

“Estes desenvolvimentos desafiam o modo de vida democrático que escolhemos”, acrescentou o líder, cujo País detém a Presidência rotativa do bloco regional de 15 nações, observando que esta é uma questão de “grande preocupação”.

A CEDEAO realizou uma cimeira virtual extraordinária a 28 de janeiro, para analisar a situação no Burkina Faso após o golpe de Estado dias antes, na qual os seus líderes decidiram suspender a participação do País nas suas instituições e enviar duas missões – uma militar e uma ministerial – à capital daquele Estado, Ouagadougou, para falar com os autores do golpe de Estado.