Cerca de 200 Cabo-verdianos podem estar infetados com Covid-19 nos Estados Unidos

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Neste momento, o número de óbitos entre Crioulos é de cerca de 30, informou o Cônsul de Cabo Verde em Boston

A grande maioria dos infetados e vítimas mortais do Covid-19, entre Cabo-verdianos, está no Estado de Massachusetts, que segundo o Cônsul Hermínio Moniz acolhe cerca de 69.5% da comunidade Cabo-verdiana, nos Estados Unidos da América. A Cidade de Brockton é claramente a mais afetada, seguida de Boston.

Em declarações ao OPAÍS.cv, a partir de Boston, o Cônsul de Cabo Verde notou que em Massachusetts há um número de óbitos “que poderá ser de 30” e o de infetados ronda os “200”.

Hermínio Moniz salienta que Brockton é a Cidade com maior “representação demográfica” de Cabo-verdianos, acolhendo “quase metade” da nossa população naquele Estado.

Flórida, segundo os registos do Cônsul tem uma presença de Cabo-verdianos na ordem dos 19,5% ao passo que nos outros Estados podem residir perto de 7%.

O impacto do Covid-19 “é bastante diferenciado” de Estado para Estado, adianta o nosso interlocutor que admite “dificuldades” na coleta dos dados. O que se sabe, adianta, é pela “validação do contato das famílias e por outro as estatísticas que são publicadas todos os dias, mas não há uma desagregação que permita visualizar especificamente Cabo-verdianos”, explicou Moniz que afirma que a situação em Massachusetts “é preocupante”.

Dos outros Estados não há qualquer informação sobre mortes no seio da nossa comunidade “mas haverá infetados em número reduzido”, acredita.

Entretanto, segundo nos reporta, os Cabo-verdianos têm-se organizado para fazer face à pandemia, em dois eixos, nomeadamente, social e económico.

Do lado social, realça-se o papel das associações e das Task Forces que procuram mobilizar meios financeiros e identificar instituições que poderão ajudar os nossos conterrâneos em situação de vulnerabilidade económica, “muitos deles não beneficiando da iniciativa do Governo, em sede do IRS”, informou.

Do lado económico, os empresários Cabo-verdianos-Americanos têm-se igualmente organizado para tirar as” melhores vantagens” que Agência de Pequenas Empresas, a SBA – Small Business Administration, está a proporcionar-lhes.

Segundo o Cônsul, houve um primeiro pacote no valor de 376 bilhões de Dólares, tendo algumas empresas de Cabo-verdianos-Americanos sido contempladas. Há, no entanto, forte esperança de que mais empresas da nossa comunidade podem vir a beneficiar de um segundo envelope adicional, no valor de 310 bilhões de Dólares.

“De uma forma geral, os Cabo-verdianos-Americanos recorrem a dois instrumentos fundamentais”, disse o nosso entrevistado, referindo-se ao Programa de Proteção dos Salários durante 8 semanas, e o Programa para Calamidades Públicas, sendo este não reembolsável. “Há 56 empresas de Cabo-verdianos-Americanos nos EUA, distribuídos nos diferentes Estados”, adiciona o Cônsul, fazendo saber que Estados como Nova Iorque e Califórnia têm um Programa de Apoio direcionado para indocumentados, podendo ser “mais uma saída” para Cabo-verdianos.

Entretanto, Cidades como Boston estão a “aperfeiçoar” um ecossistema de empoderamento das pequenas empresas que os empresários Cabo-verdianos-americans poderão vir a “aceder”.



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