Covid-19/EUA. Muitos Cabo-verdianos operam nos “serviços essenciais”

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Hermínio Moniz fala em “situação complicada” a nível do Estado de Massachusetts onde se concentra “70%” da comunidade Cabo-verdiana nos EUA

Dados do Censo de 2012-2016, nos Estados Unidos da América, mostram que “grande parte” da comunidade Cabo-verdiana em Brockton, viajou de Cabo Verde, tem mais de 35 anos de idade, e baixo nível de escolaridade para os padrões do País de acolhimento. Estas informações foram avançadas ao OPAÍS.cv, pelo Cônsul Geral de Cabo Verde em Boston, na sequência do encontro mantido na terça-feira, 28, entre o Primeiro-Ministro e os Embaixadores de Cabo Verde e Chefes de Missão.

Hermínio Moniz adianta que há um expressivo grupo de pessoas que se dedica ao que classificam, nos EUA, de “serviços essenciais”, como limpeza, transporte, lares de idosos e “cuidados primários” em hospitais e no comércio. Pessoas que conforme assinalou, continuam a trabalhar mesmo em cenário de pandemia que afeta, grandemente, os EUA. “Os trabalhadores dos serviços essenciais não podem ficar em casa”, observou, ao mesmo tempo que reporta que a nossa comunidade é “maioritariamente” feminina, tendo registado um aumento, sobretudo a partir do ano 2000.

Brockton é das Cidades Norte-americanas mais Cabo-verdianas, concentrando expressiva comunidade crioula, com várias pessoas a viverem e conviverem em casas de duas ou três moradias, o que na opinião do nosso interlocutor faz aumentar o “risco” de contágio.

Se é verdade que Nova Iorque é o território-Estado mais afetado pela pandemia, com os números, nesta quinta-feira, a situar-se em torno dos 300 mil casos de infeção, Massachusetts, de maioria Cabo-verdiana, não fica para trás. Hoje, os dados apontam para mais de 60 mil infetados e um total de 3.405 mortes, 37 dos quais de Cabo-verdianos.

Neste “Estado Cabo-verdiano”, indica Hermínio Moniz, o gráfico mostra que a taxa de contaminação é mais expressiva na faixa etária dos 40 a 65 anos, “mas a curva da mortalidade” está entre os 80 a 90 anos. “De uma forma geral, o Covid-19 ataca a todos, mas de forma mais acentuada as minorias” e os Cabo-verdianos “fazem parte das minorias”, refere.

Nos casos de mortes entre Cabo-verdianos, informa o Cônsul Geral, 85% das vítimas tinham entre 80 a 90 anos, 10% entre 45 a 65 anos. A estes grupos junta-se a morte de um jovem de 23 anos “sem apuração”, explica.

Brockton tem pouco mais de 2.600 casos de infetados e, pelo menos, 141 mortes, e Boston tem registo de perto de 9 mil casos e cerca de 340 óbitos.

O Cônsul Geral fala em “situação complicada” a nível do Estado de Massachusetts onde se concentra “70%” da comunidade Cabo-verdiana nos EUA.

Em Brockton, nota-se, os Cabo-verdianos ocupam 8.898 postos de trabalho. Há 43 empresas detidas por Cabo-verdianos que entre 2012/2016 geraram rendimentos na ordem dos 311 milhões de Dólares, adianta o Cônsul Geral.

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