Chefe de Estado ou do Governo?

0

José Maria “Leberdade” das Neves é indiscutivelmente, como já demonstrei bastas vezes, um PÉSSIMO Presidente da República. E já tinha sido, recorde-se, um Primeiro-Ministro medíocre (os resultados falam por si, apesar de alguma aposta nevesiana, à moda de António de Oliveira Salazar, nas “obras públicas” e no capital físico: baixo crescimento económico, dívida pública elevada e alta taxa de desemprego, numa conjuntura internacional favorável…).

Tomem nota destes aspectos essenciais.

O Presidente da República é o CHEFE DE ESTADO e não do Governo.

O seu vínculo decisivo com o Estado e a República é precisamente, e por uma questão de fidúcia, a CONSTITUIÇÃO, essa lei fundamental, bem recortada, outrora, nos Federalist Papers, que limita e racionaliza todo e qualquer poder.

Há um “ethos”, espaço de realização comunitária, que é preciso salvaguardar.

Ora, o nosso cavalheiro da “leberdade” NÃO RECONHECE, logo à partida, a superioridade axiológica da actual Constituição! Nunca.

É ESSE o problema de fundo.

Cumprir a Constituição é, pois, um verdadeiro drama para o sr. José Neves. É uma IMPOSSIBILIDADE, para sermos mais rigorosos.

Temos, desta forma, um agente subversivo na presidência.

A sua acção será tendencialmente errática.

Tentará sempre funcionar, nos interstícios da terrível confusão político-constitucional em que labora, como o Chefe do Governo, que ninguém escolheu, ou, alternativamente, o líder informal da oposição.

Tertium non datur.