COP26 só será um sucesso se África estiver no centro das negociações

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Afirmação é do Primeiro-Ministro, Ulisses Correia e Silva, que na abertura da 9.ª Conferência sobre as Mudanças Climáticas e Desenvolvimento em África, na Ilha do Sal, pediu uma voz, forte, clara e unificada dos países Africanos porque só assim poder-se-á fazer face aos desafios climáticos

Arrancou hoje, na Ilha do Sal, a nona Conferência sobre as Mudanças Climáticas e Desenvolvimento em África, cuja apresentação esteve a cargo do Primeiro-Ministro, Ulisses Correia e Silva.

Durante o seu discurso, o Chefe do Governo disse que a COP26, a realizar-se em novembro, em Glasgow, no Reino Unido, só sera um sucesso que a África estiver no centro das negociações. Por isso, Ulisses Correia e Silva, disse que os presentes devem aproveitar-se o debate desses dois dias na Cidade de Santa Maria para prepararem-se elementos de uma posição única Africana, e apresentar no COP26, e para isso pediu a constituição de uma voz forte, clara e unificada em Glasgow.

“COP26 só será um sucesso se a África estiver no centro das negociações. Três pontos que gostaríamos de partilhar: Primeiro – o papel indispensável que o Continente Africano deve desempenhar nos esforços globais para reduzir as emissões de gases com efeito de estufa e limitar o aquecimento global a 1,5 graus Celsius; Segundo – a massificação das energias renováveis é uma grande oportunidade industrial e de criação de empregos. África tem recursos renováveis abundantes; Terceiro – o financiamento do desenvolvimento. Perante a crise pandémica que o mundo vive, é preciso assegurar que a agenda de financiamento climático não fique prejudicada. O financiamento climático deve estar à altura dos desafios e o seu acesso mais facilitado através de canais bilaterais e multilaterais”, precisou.

Por outro lado, acrescentou o PM, impõe-se encarar com sentido de prioridade o alívio da dívida externa dos países em desenvolvimento e dos SIDS, que por causa da pandemia enfrentam vários desafios.

“São países que estão confrontados com triplo desafio: responder às crises pandêmica e relançar as economias; alinhar respostas preventivas e de ação climática e; investir em transformações estruturais que aumentem a resiliência, o potencial de crescimento econômico e as possibilidades de atingir o desenvolvimento sustentável. Estamos assim a falar de tripla dimensão inter-relacionada do financiamento: financiamento para vencer a pandemia, nomeadamente o acesso universal à vacina; financiamento para a ação climática, de iniciativas de adaptação e mitigação e; financiamento para a agenda 2030 do desenvolvimento sustentável”, referiu.

De sublinhar que as alterações climáticas são uma ameaça real e global que afetam a sustentabilidade do planeta, contudo, mesmo sendo os que menos produzem emissões de gases com efeito de estufa, cerca de 4% do total, os países do Continente Africano são os que sofre as consequências das alterações climáticas, particularmente os Estados insulares.