Esta é a projeção apresentada esta sexta-feira, 10, pela Direção Nacional de Saúde, afirmando que cerca de 30% da população nacional estaria infetada, caso o Governo não tivesse tomado as medidas que tomou
Um estudo apresentado pela Direção Nacional de Saúde, na manhã de hoje, na Cidade da Praia, indica que caso o Governo não tivesse feito nada para prevenir o novo coronavírus, o máximo de infetados em Cabo Verde seria de 165.501 pessoas, o que deveria acontecer nos dias 27 e 28 de abril, correspondendo a 30% da população nacional infetada com o Covid-19.
Também, caso não se tivesse tomado as medidas de prevenção o número de mortos no País seria de “cerca de 1.821 até o pico máximo de infetados, correspondendo a uma média de 67 mortes por dia. Estima-se que entre o vigésimo quinto e vigésimo sexto dia a seguir à epidemia, poderá haver cerca de 348 mortos num só dia”.
De acordo com o referido estudo, apresentado pelo consultor José Augusto Fernandes, o confinamento de pessoas tem tido um papel importante, no não alastramento da doença no País, pelo que para além do distanciamento social, a higiene pessoal é essencial para a eliminação da pandemia.
O Diretor Nacional da Saúde, Artur Correia, também partilha da mesma ideia, afirmando que a título pessoal e como técnico de Saúde Pública, o estado de emergência dever ser prolongado.
Não é hora de fazer politicagem com este assunto, sério por demais. Contudo, uma coisa parece clara e transparente : graças a um Governo responsável, temos uma situação que, longe de estar totalmente controlada, é ainda assim menos pior que sem as medidas preventivas. É isso mantém a Oposição nervosa : tudo quanto ela deseja é o caos e a falta de resposta das nossas estruturas de saúde, o pânico e pessoas descrentes. De facto, sem prevenção, Cabo Verde não capacidade para dar resposta. Escrevem autênticas imbeciliddes e tonturas sobre assuntos que não dominam, mas com o propósito de levar as pessoas à desesperança. A adesão às teses da Oposição é baixa, sinal que a estratégia não é válida.
Sou um atuário qualificado e tenho mestrado em matemática. A análise apresentada não parece razoável ou realista. Primeiro de tudo, a taxa de 7% de infectados está errada. Em Cabo Verde, estamos testando apenas casos suspeitos. Não estamos testando amplamente. Portanto, não podemos assumir que 7% da população será infectada simplesmente porque 7% dos casos testados foram positivos. Isso é um exagero maciço da taxa esperada de infecções nos CV. Podemos usar um modelo muito simples para Cabo Verde, porque com apenas 556.000 habitantes, não precisamos de modelos estatísticos complicados. Eu proponho um modelo simples. Se utilizarmos as taxas de mortalidade por faixa etária conforme observado pelo OMS e aplicá-las a Cabo Verde, obtemos uma taxa de mortalidade de 0,9%. O CDC da América observou que as pessoas que praticam o distanciamento social são infectadas à taxa de 2 em 1000, e as que desobedecem são infectadas à taxa de 7 em 1000. Agora, se assumirmos que 80% dos cabo-verdianos estão cumprindo as restrições impostas pelo Ministério da Saúde, a taxa de infecções será de apenas 0,3% da população e não de 7%. Portanto, o número total de mortes até julho é de no máximo 14 (com 80% de confinamento). Se o confinamento atingido for apenas de 30%, 26 pessoas morrerão até julho. A principal razão pela qual teremos mortes tão baixas é simplesmente porque 75% da população de Cabo Verde tem menos de 40 anos e a taxa de mortalidade é de apenas 0,2% nessa faixa etária. O Ministério da Saúde deve desenvolver um modelo mais realista.
[…] o próprio OPAÍS.cv editou aquela informação e sublinhou que era uma projeção, ou seja, deixou a advertência desde o primeiro […]
Comentários estão fechados.