Direção das Políticas do Mar vai multar CVI no sentido da reposição das linhas contratualizadas

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Anúncio foi feito pelo Ministro do Mar que sublinhou que a empresa concessionária de transporte marítimo não pode paralisar barcos sem anuência do Governo e da comissão de acompanhamento

Na sequência da retirada de linhas e de barcos inseridos na concessão pela empresa concessionaria Cabo Verde Interilhas, CVI, o Ministro do Mar, Abraão Vicente, que falava durante uma conferência de Imprensa para esclarecer sobre a questão e responder às críticas do PAICV, afirmou que a Direção das Políticas do Mar, por sua indicação, como Ministro, vai atuar dando multa à CVI no sentido da reposição das linhas contratualizadas.

O Ministro esclarece que o Executivo se demanda do ruído das linhas retiradas e alteradas “unilateralmente” pela CVI que mudou nos últimos dias a ligação direta Fogo/Praia e agora coloca São Nicolau sem qualquer ligação até o dia 10 de novembro, e adiantou que a concessionária não pode sem anuência do Governo e da comissão de acompanhamento, paralisar os barcos, referindo ao fato de a empresa ter entregue o navio Praia d´Águada e ficado só com três barcos a funcionar, Chiquinho BL, Dona Tututa e Liberdadi.

O governante dá conta que está em curso uma negociação para garantir a sustentabilidade do contrato, daí, ter “estranhado” o posicionamento da empresa, que tem “toda a abertura” da parte do Governo.

“Da parte do Estado e vendo as contas e as rubricas elegíveis, Cabo Verde tem estado a cumprir e a fazer um esforço para cumprir o serviço de concessão”, disse o Ministro em declarações reproduzidas pela Agência Infropress, afiançando que o Governo ordenou nos últimos dias um pagamento de 89 mil contos e tem em avaliação o pagamento, até o final do ano, de um valor “superior a 200 mil contos” à concessionária.

Na mesa ocasião, o Ministro referiu sobre o valor do afretamento dos navios Chiquinho BL e Dona Tututa, tendo admitindo que são “muito acima da média” relativamente ao tempo de vida das embarcações, que é de 15 a 20 anos, o que, a seu ver, mostra que o Grupo ETE, o maior acionista, “não está de boa fé”.

“Nenhum navio do grupo ETE sai de Cabo Verde se houver rompimento unilateral do contrato de concessão”, sublinhou Abraão Vicente, assegurando que o Estado tem mecanismos para garantir isso, inclusive através de várias dívidas que a CVI tem com vários operadores.