Discursos de Filú e Sanches marcam diferença

0

Sessão da última semana, nomeadamente, o debate sobre os desafios de Cabo Verde face às mudanças climáticas e aos choques externos, acabou por marcar uma “pedrada no charco” no discurso e postura da Bancada Parlamentar do PAICV

Num debate de um tema nacional, era espectante que houvesse uma candência a nível dos discursos, e que registasse níveis de convergência elevados, pois se tratava e se trata de uma matéria de grande atualidade e a ultrapassar o perímetro dos Partidos políticos, para se situar na esfera das razões do Estado.

Esperava-se, igualmente, uma profunda reflexão sobre medidas de política que a médio e a longo prazos pudessem acrescentar resiliência a um País arquipelágico e frágil como é o caso de Cabo Verde, que reclama um elevado grau de compromisso da comunidade nacional, máximé dos Partidos. Havia, pois, uma enorme expetativa em saber como a própria Presidente do PAICV, Janira Hopffer Almada, face a um assunto que se configura desígnio nacional, ao menos superasse o seu próprio registo de sempre que é o de fraturar e desconstruir. JHA voltou a estar e a ser igual a si própria, não mudando de registo.

À semelhança de outras vezes, ela radicalizou o tom do seu discurso, derivando sucessivas vezes para ouros assuntos, fora do âmbito do debate que se pretendia. Entretanto, quando menos se esperava, foi efetivamente dos Deputados da sua Bancada, nomeadamente, Felisberto Vieira e José Sanches, que o PAICV se fez ouvir com alguma credibilidade que se exige de uma força política, da área da governação. Filú e Sanches vincaram nos respetivos discursos, a diferença de postura e de conteúdos, enquanto que o líder da Bancada Parlamentar, Rui Semedo, andou quase sempre mudo e noutras vezes fora do hemiciclo. Este foi mais um debate que expôs as dificuldades que existem em se discutir com JHA, sobre matérias e questões relevantes para a vida e dinâmica do País.

Refira-se que o debate aconteceu na passada terça-feira, 29, e serviu para o Governo expor que o Arquipélago tem uma agenda e uma estratégia de médio e longo prazos para “aumentar” a resiliência nacional e a adaptação face aos choques externos e às mudanças climáticas, alinhada com os grandes compromissos e parcerias internacionais como a Agenda Global 2030, a Agenda 2063 da União Africana, a Samoa Pathway dos Pequenos Estados Insulares em Desenvolvimento e o Acordo Climático de Paris.

Notícias relacionadas:

Cabo Verde tem uma agenda e estratégia para “aumentar” a resiliência nacional

Partidos com posicionamentos diferentes no debate sobre mudanças climáticas